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Buenos Aires cria rede polêmica de informantes

Convênio entre o governo da capital e a câmara de empresas de segurança privada reunirá mais de 30 mil funcionários

Buenos Aires (AFP)

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Da Redação

Publicado em 12 de janeiro de 2011 às 19h37.

Buenos Aires - Vigilantes privados, comerciantes, taxistas, porteiros e até lixeiros formarão uma polêmica rede de informantes da polícia de Buenos Aires, em mais uma iniciativa para combater o crime na capital argentina.

A rede de informantes, que começará a funcionar no prazo de 60 dias, foi lançada nesta quarta-feira com a assinatura de um convênio entre o governo da capital e a câmara de empresas de segurança privada, que reúne mais de 30 mil funcionários.

A futura rede de informantes ficará ligada à Polícia Metropolitana, criada em 2010, com o objetivo de "incorporar mais olhos para controlar a segurança", revelou o secretário de Justiça de Buenos Aires, Guillermo Montenegro.

"Tudo será devidamente organizado: um taxista nas ruas terá três botões - vermelho, verde e amarelo - que acionará para informar um acidente de trânsito, uma emergência médica ou um ato criminoso", disse Montenegro.

Segundo o secretário, os membros da rede de informantes receberão cursos de capacitação durante "cerca de 60 dias antes de integrar a iniciativa".

Gastón Chillier, secretário executivo do Centro de Estudos Legais e Sociais (Cels), criticou a medida afirmando que uma estrutura privada "passa a assumir a responsabilidade pela segurança pública, algo que cabe ao Estado".

Chillier qualificou a decisão de "improvisação irresponsável com objetivos eleitorais", em referência ao prefeito de Buenos Aires, Mauricio Macri, candidato à presidência este ano.

As empresas de segurança "não têm o mesmo controle" que é exercido sobre a polícia e alguns de seus proprietários "são repressores acusados de crimes contra a humanidade" durante a ditadura (1976-83), destacou Chillier.

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