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Britânicos correm para sair de Portugal e preço de voos dispara

Portugal havia se tornado um dos poucos destinos ensolarados acessíveis aos britânicos no verão europeu, mas Portugal foi retirado da lista verde de viagens na quinta-feira

Aeroporto em Londres: muitos britânicos têm casas de veraneio ou de repouso em Portugal (Bloomberg/Bloomberg)

Aeroporto em Londres: muitos britânicos têm casas de veraneio ou de repouso em Portugal (Bloomberg/Bloomberg)

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Publicado em 4 de junho de 2021 às 11h56.

Última atualização em 4 de junho de 2021 às 14h09.

Turistas do Reino Unido se apressam para sair de Portugal antes que a exigência de quarentena entre em vigor na próxima terça-feira, elevando os preços das passagens aéreas.

Um voo da British Airways de três horas de Faro, na região do Algarve, ao aeroporto de London City custa 711 libras (1.000 dólares) com saída na segunda-feira à noite, de acordo com o site de comparação de preços Skyscanner. No dia seguinte, quando os passageiros passam a estar sujeitos a 10 dias de isolamento, a companhia aérea está oferecendo voos para Heathrow por 80% menos.

Autoridades britânicas pegaram companhias aéreas e turistas de surpresa na quinta-feira com a decisão de retirar Portugal da lista verde de países com menos restrições para viagens.

A medida de última hora é semelhante aos problemas causados no verão passado, quando mudanças repentinas das regras de quarentena obrigaram turistas a voltar para casa às pressas. Agora, operadoras reorganizam voos e correm o risco de outra alta temporada perdida para a crise de coronavírus.

“O governo rasgou seu próprio livro de regras e ignorou a ciência, jogando os planos das pessoas no caos”, disse Johan Lundgren, CEO da EasyJet, em comunicado na quinta-feira. “Esta decisão essencialmente isola o Reino Unido do resto do mundo.”

Mudança abrupta

Há menos de um mês, companhias aéreas agiram rápido para adicionar assentos em voos a Portugal, quando este se tornou o único destino ensolarado no sistema de semáforos do Reino Unido, que começou em 17 de maio. A esperança após a primeira revisão de três semanas era de expansão da lista, para lugares como as Ilhas Baleares da Espanha e Malta, onde as taxas de infecção são baixas.

Mas nenhum país foi adicionado à lista verde, e Portugal agora está no grupo “âmbar”, causando problemas para muitos britânicos que confiavam no sistema para garantir certa segurança aos planos de viagem de verão. Muitos britânicos têm casas de veraneio ou de repouso em Portugal.

Com os preços das ações em queda pelo segundo dia e piora das perspectivas, companhias aéreas começam a revisar os planos. A EasyJet está focada em equipar sua frota dentro da União Europeia, afirmou, onde a reabertura do bloco tem ocorrido de forma mais deliberada.

A agência de viagens Jet2 disse na sexta-feira que vai adiar a retomada das operações em uma semana, até 1º de julho, e pediu transparência ao governo sobre os dados usados para tomar decisões.

A British Airways, controlada pela IAG, está oferecendo pacotes de férias de sete noites em Portugal por apenas 189 libras por pessoa.

Para hotéis e restaurantes portugueses, a mudança do Reino Unido é “desastrosa”, segundo a Confederação do Turismo de Portugal.

“Tomamos nota da decisão britânica de retirar Portugal da ‘lista verde’ de viagens, uma decisão cuja lógica não se alcança”, disse no Twitter o ministro de Relações Exteriores de Portugal, Augusto Santos Silva. O país tem “regras claras para a segurança dos que aqui residem ou nos visitam”.

--Com a colaboração de Henrique Almeida e Charlotte Ryan.

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