Brexit: pesquisas mostram que os britânicos seguem igualmente divididos sobre o tema, embora se observa uma inclinação a favor da permanência (Henry Nicholls/Reuters)
AFP
Publicado em 10 de dezembro de 2019 às 11h08.
Última atualização em 10 de dezembro de 2019 às 11h10.
São Paulo — Brexit ou um novo referendo? Os britânicos voltarão a decidir nas eleições gerais antecipadas de 12 de dezembro o futuro de sua relação com a União Europeia.
Estes são os diferentes cenários:
O primeiro-ministro conservador, Boris Johnson, convocou estas eleições após ter perdido a maioria no Parlamento, e depois de desavenças com o aliado norte-irlandês do DUP e dentro do seu Partido Conservador sobre o caminho a adotar para o Brexit, pelo qual votaram 52% dos britânicos em junho de 2016.
As pesquisas atribuem a ele o número suficiente de deputados para poder aprovar no Parlamento o acordo de divórcio que negociou com Bruxelas e para aplicar o Brexit na data prevista, 31 de janeiro.
Mas a saga não acaba aqui: nada vai mudar por enquanto, devido ao período de transição que prevê o acordo para atenuar o impacto da saída da UE.
E Londres terá até 31 de dezembro de 2020 para negociar a futura relação com o bloco.
Este prazo parece impossível de cumprir, pois este tipo de negociação costuma se estender por anos e os especialistas apostam já em um prolongamento deste tipo de transição.
Nenhuma pesquisa prevê uma vitória esmagadora para o principal partido da oposição, os trabalhistas do Labour. Mas estes poderiam, ao contrário, conseguir muitos votos para impedir uma maioria conservadora.
O líder do partido, Jeremy Corbyn, bem posicionado à esquerda, competiria com Boris Johnson para formar um novo governo, que precisaria do apoio de um dos partidos menores.
A antecessora de Johnson, Theresa May, teve que se aliar ao DUP em 2017 para assegurar uma maioria. Mas desta vez, o DUP se opõe ao Brexit alcançado por Boris Johnson, que lhe dê um status diferente ao do restante do país.
O Labour informou que tentaria governar sozinho, mas os separatistas escoceses do Partido Nacional Escocês (SNP) se disseram dispostos a apoiar um governo Corbyn com a condição de que autorize um novo referendo sobre a independência da Escócia, depois da perdida pelo SNP em 2014.
O Labour prometeu voltar a negociar o acordo de saída de Boris Johnson e submeter o resultado a um referendo nos seis meses seguintes à sua chegada ao poder.
Corbyn assegurou que se manteria neutro, mas outros membros da direção do partido disseram que fariam campanha para permanecer dentro da UE.
O SNP, a pequena formação Liberal Democratas e os nacionalistas galeses do Plaid Cymru se opõem ao Brexit.
As pesquisas mostram que os britânicos seguem igualmente divididos sobre o tema, embora se observa uma inclinação a favor da permanência.