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Brexit: ciências com fronteiras

A competitividade britânica tem sido um tema central para críticos e defensores do Brexit. A revolta de dois públicos essenciais para o futuro do país tem dado razão aos alarmistas. A saída do Reino Unido da União Europeia tem espalhado dúvidas na comunidade científica. Os britânicos já vinha falhando nesse campo, e a percepção geral é […]

OXFORD: Comunidade científica teme perda de colaboração e financiamento europeus / Wikimedia Commons (foto/Wikimedia Commons)

OXFORD: Comunidade científica teme perda de colaboração e financiamento europeus / Wikimedia Commons (foto/Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 29 de junho de 2016 às 06h36.

Última atualização em 23 de junho de 2017 às 19h09.

A competitividade britânica tem sido um tema central para críticos e defensores do Brexit. A revolta de dois públicos essenciais para o futuro do país tem dado razão aos alarmistas. A saída do Reino Unido da União Europeia tem espalhado dúvidas na comunidade científica.

Os britânicos já vinha falhando nesse campo, e a percepção geral é que a situação vai ficar pior. O país é o 5º maior produtor de papers científicos no mundo, mas investe apenas 1,63% em pesquisa. De acordo com o Banco Mundial, 19 outros países investem mais do que isso, entre eles Alemanha e França. Entre 2006 e 2015, o Reino Unido recebeu 8 bilhões de euros da União Europeia para financiar pesquisas, enquanto o próprio país desembolsou 25 bilhões no período. Com o rompimento, as disciplinas mais afetadas serão economia (94% do financiamento vem da UE), biologia evolutiva (67%) e nanotecnologia (62%).

A decisão tem revoltado a comunidade científica. Até revista Science, uma das principais publicações acadêmicas do mundo, abriu mão do rigor para divulgar notícias de bastidores. Em seu site, foram publicados vários textos contra o Brexit, inclusive um compilado de posts do Twitter de pesquisadores. “Triste e chocado”, tweetou o físico quântico Jim Al-Khalili, da Universidade de Surrey.

Nas startups, o clima também é de ressentimento. Cerca de 90% dos fundadores de empresas de tecnologia britânicos preferiam permanecer na União Europeia, de acordo com levantamento do Founders Forum, comunidade global de empreendedores. O Reino Unido é líder europeu em unicórnios, as startups que valem mais de 1 bilhão de dólares, sediando 18 de 47 empresas. Os empreendedores afirmam que ter acesso a um mercado digital único é imperativo no setor de tecnologia. Poder contratar profissionais altamente qualificados de qualquer país, também. Se dependesse dos geeks e dos cientistas, o Reino Unido ficaria bem onde está .

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