Brasil volta a ficar entre os 20 principais destinos do investimento estrangeiro, diz estudo
Consultoria diz que investidores estrangeiros temem tensões geopolíticas e ambientes regulatórios restritivos
Repórter colaborador
Publicado em 23 de abril de 2024 às 08h53.
Última atualização em 23 de abril de 2024 às 09h31.
Depois de ficar de fora dos 25 principais destinos de investimentos estrangeiros em 2023, o Brasil subiu no ranking e agora está a 19ª posição, segundo dados do Índice de Confiança para Investimento Estrangeiro Direto, feito pela consultoria Kearney. A lista dos dez países mais atraentes é formada por Estados Unidos, Canadá, China, Reino Unido, Alemanha, França, Japão, Emirados Árabes Unidos, Espanha e Austrália.
Entre os países emergentes, o Brasil subiu duas posições, passando a ocupar a quinta posição. China, Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita, Índia, Brasil, México, Polónia e Argentina ocupam as oito primeiras posições e são os únicos mercados emergentes incluídos no ranking mundial, liderado pelos EUA pelo 12º ano consecutivo.
Segundo a Kearney, os resultados deste ano mostram que os investidores se mantêm otimistas, sentimento com potencial de crescimento nos próximos três anos. Tanto é assim que 88% deles confirmaram planos de ampliar investimentos no período, um crescimento de 6% em relação ao ano passado. Além disso, 89% consideram o investimento direto estrangeiro (IDE) mais importante para a rentabilidade e competitividade de suas empresas nos próximos três anos, contra 86% da edição anterior.
“O otimismo existe, mas há preocupação com riscos. Os principais deles estão relacionados a tensões geopolíticas e ao crescimento de ambientes regulatórios restritivos”, afirma Mark Essle, sócio da Kearney no Brasil. Ele lembra que 85% dos pesquisados acreditam que as tensões geopolíticas devem continuar ao longo deste ano impactando suas decisões. Da mesma forma, eles apontam que a proliferação de políticas industriais e restrições comerciais devem trazer mais complexidade regulatória, ampliando restrições e a necessidade de seu monitoramento em todos os mercados.
O Índice de Confiança para IDE é construído com base em uma pesquisa realizada pela consultoria junto a executivos de empresas de 30 países, dos mais diversos setores econômicos, com receita anual superior a US$ 500 milhões. A análise lista os mercados com maior potencial de atrair investimentos nos próximos três anos. O índice foi criado em 1998.
Regionalmente, as Américas têm o maior número de mercados na lista, com nove, seguidas pela Ásia-Pacífico, com sete, Médio Oriente e África, com cinco, e Europa, com quatro. O Sudeste Asiático continua a ter um desempenho relativamente bom, com Tailândia, Malásia, Indonésia e Filipinas entre os 15 primeiros. O Vietnã, no entanto, caiu de 13º para 18º, talvez devido à diminuição do crescimento do PIB - foi de 8,1% em 2022 para 4,6% em 2023.
Segundo a Kearney, os resultados deste ano mostram que os investidores se mantêm otimistas, sentimento com potencial de crescimento nos próximos três anos. Tanto é assim, que 88% deles confirmaram planos de ampliar investimentos no período, um crescimento de 6% em relação ao ano passado. Além disso, 89% consideram o IDE mais importante para a rentabilidade e competitividade de suas empresas nos próximos três anos, contra 86% da edição anterior.
Impacto da Inteligência Artificial
O índice deste ano explorou as perspectivas dos investidores sobre a inteligência artificial e sua aplicação ao investimento direto estrangeiro. Impressionantes 72% dos investidores afirmam que hoje fazem uso significativo ou moderado da IA nas operações comerciais. As empresas da região das Américas lideram a adoção da tecnologia, com 76% delas reportando uma utilização significativa ou moderada, seguidas por 72% na Ásia-Pacífico e 68% na Europa.
A IA generativa por si só poderia acrescentar entre US$ 7 a US$ 10 bilhões ao PIB global, segundo estimativas da Kearney, e por isso muitas empresas estão colocando em curso iniciativas para capturar parte deste valor. Tanto é assim que 45% dos investidores pesquisados afirmaram que estão investindo tanto em IA generativa, quanto em IA preditiva. A pesquisa apontou ainda que a IA tem sido utilizada principalmente para atendimento ao cliente/chatbots (35%), automação de processos manuais (29%) e melhoria da cadeia de abastecimento (24%).