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Brasil quer mediar debate com a China na COP16

EUA querem uma fórmula para verificar de forma transparente a quantidade de gases do efeito estufa por país, mas China teme o modelo

Abertura da COP16: ainda não há nenhum esboço sobre um acordo na cúpula (Divulgação/COP16)

Abertura da COP16: ainda não há nenhum esboço sobre um acordo na cúpula (Divulgação/COP16)

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Da Redação

Publicado em 7 de dezembro de 2010 às 10h18.

Brasília - O governo brasileiro está disposto a usar a boa relação com os chineses durante a 16ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas para Mudança Climática (COP-16), em Cancun, no México, como forma de avançar nas discussões sobre formas de medir as emissões de gases de efeito estufa em cada país. Uma das principais reclamações da delegação chinesa no encontro é a possibilidade de que esse método de medição esconda uma tentativa de interferir em assuntos nacionais.

“Esse debate mais técnico entre dois países irmãos acostumados a estar do mesmo lado cria um conforto maior para a China”, disse a secretária de Mudanças Climáticas do Ministério do Meio Ambiente, Branca Americano. “Isso é um exemplo de como a gente pode trabalhar para reduzir as arestas”, acrescentou.

A China é o maior emissor de gases de efeito estufa do mundo. Os Estados Unidos têm cobrado uma fórmula que permita verificar, de forma transparente, como e quanto os países que integram a convenção emitem gases estufa. Diferentemente dos países ricos, as nações em desenvolvimento – como a China e Brasil – não precisam ter metas obrigatórias de redução das emissões, mas precisam se comprometer com um crescimento mais limpo e com dados que sejam mensuráveis, reportáveis e verificáveis.

Os principais países negociadores vêm discutindo uma fórmula que seja consensual. Segundo a secretária do Ministério do Meio Ambiente, existe um trabalho de verificação sendo feito por agências de certificação, mas esse modelo “não reflete o espírito da convenção”. “Esse não é o espírito, então cria-se uma desconfiança”, disse Branca Americano, referindo-se à posição dos chineses. O Brasil trabalha para desfazer essa desconfiança, para detalhar isso, usando procedimentos no âmbito da convenção.”

Apesar da disposição do Brasil de intermediar esse debate com a China, o governo não espera uma definição em Cancun. A expectativa é que os países concordem, pelo menos, com um prazo para que o modelo de verificação seja definido.

A reunião de Cancun começou na semana passada, mas espera-se que as conversas definitivas ocorram a partir de hoje (6).

Apesar do clima amistoso entre os negociadores, ainda não há esboço sobre qualquer acordo, o que coloca uma pressão ainda maior sobre as conversas desta semana.

A primeira semana de discussões foi marcada pelo anúncio de que o Japão não tem planos de se comprometer com metas para um segundo período do Protocolo de Quioto, que vence em 2012, e por uma continuação da desconfiança entre países ricos e em desenvolvimento.

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