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Brasil pede mudança em texto de reunião da OEA sobre Assange

Representante interino do Brasil, diante da OEA, Breno Dias da Costa, pediu a mudança na redação da resolução, que será o centro do debate


	Manifestação pela libertação de Julian Assange em frente à embaixada equatoriana em Londres no dia 23 de junho de 2012
 (Carl Court/AFP)

Manifestação pela libertação de Julian Assange em frente à embaixada equatoriana em Londres no dia 23 de junho de 2012 (Carl Court/AFP)

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Da Redação

Publicado em 20 de agosto de 2012 às 19h45.

Washington - A OEA modificou nesta segunda-feira a versão em português da convocação para uma reunião de chanceleres para disputar o caso do fundador de Wikileaks, Julian Assange, após pedido do Brasil para que não fosse forçada a assinatura de uma declaração formal da reunião.

Em uma sessão extraordinária para preparar a reunião de chanceleres, que acontecerá na próxima sexta-feira, em Washington, nos Estados Unidos, o representante interino do Brasil, diante da OEA, Breno Dias da Costa, pediu a mudança na redação da resolução, que será o centro do debate.

O texto, aprovado na sexta-feira passada pelo Conselho Permanente da OEA, pede que os chanceleres analisem a ''situação entre Equador e o Reino Unido concernente à inviolabilidade dos diplomatas equatorianos no Reino Unido'' e que os signatários venham a ''concordar com as medidas com que convenha adotar''.

O brasileiro solicitou que esse segundo ponto fosse alterado, para ''chegar a um entendimento sobre as medidas a que convenha adotar'', dado que, em português, a palavra acordo, ''parece implicar que estejamos falando de um documento formal, jurídico, que todos tenhamos que assinar'', disse Breno Dias da Costa.

A representante equatoriana, María Isabel Salvador, pediu que o debate dos chanceleres seja feito no que está na resolução, ''com o esclarecimento específico que o termo em português é o proposto pelo Brasil''.


O presidente temporário do Conselho Permanente e representante da Jamaica, Stephen Vasciannie, aprovou a modificação na versão portuguesa, apesar das queixas dos representantes de Nicarágua e Venezuela, que pediram para não condicionar as possíveis decisões que tomarão os chanceleres.

O Conselho Permanente decidiu ainda, por sorteio, a ordem dos chanceleres que falarão na reunião. Primeiramente será Carlos Morales, da República Dominicana. Depois disso, a ordem será feita de acordo com o alfabeto espanhol.

Na reunião desta sexta-feira, o Equador procura o apoio do restante do continente, para o que considera uma ''ameaça'' do Governo britânico de entrar em sua embaixada em Londres, onde Assange está desde 19 de junho. Menos de um mês depois, o Governo equatoriano concedeu asilo diplomático ao fundador do Wikileaks.

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