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Brasil estuda viabilidade de combustível de microalga

Um dos obstáculos para avanços é a falta de recursos das equipes de pesquisa

Microalgas oferecem maior produtividade que outras fontes de biocombustível (Wikimedia Commons)
DR

Da Redação

Publicado em 16 de janeiro de 2011 às 09h54.

São Paulo - Cientistas brasileiros ingressaram na corrida para tornar economicamente viável a produção de combustível extraído de algas microscópicas. Na opinião dos pesquisadores, recursos escassos e equipes que atuam de forma solitária ainda constituem obstáculos para avanços na área.

O desafio é imenso. Só não supera as promessas. De todas as fontes de biocombustíveis, nenhuma oferece produtividade tão grande. Das plantas superiores - com raiz, tronco e folhas -, a melhor opção para produção de óleo - e, depois, biodiesel - é o dendê: cada hectare produz 4,4 mil litros por ano. Algumas microalgas produzem até 90 mil litros em idêntica área e no mesmo período: 20 vezes mais.

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E as vantagens não terminam aí. Há microalgas que apreciam águas salobras ou águas com resíduos. O uso de tais microrganismos aliviaria a demanda por água doce e limpa, que costuma ser alta em culturas convencionais para produção de biocombustíveis, como soja e cana.

Além disso, regiões como o semiárido brasileiro poderiam encontrar sua vocação econômica com fazendas de microalgas. Não haveria desperdício de solo - pouco produtivo na região - e haveria luz de sobra para a fotossíntese das algas. O lençol freático de água salobra forneceria o meio de cultivo. Por fim, as microalgas são ótimos fixadores de carbono, contribuindo para atenuar o aquecimento global.

Contudo, os problemas começam cedo. Pouca gente aposta que a alternativa se tornará viável em menos de uma década. Há inúmeros desafios técnicos: otimização de fotobiorreatores - onde as algas são cultivadas -, desenvolvimento de processos baratos para separar microrganismos da água, identificação de espécies promissoras para cultivo... E com o barril do petróleo custando menos que R$ 150, é difícil tornar viáveis economicamente fontes alternativas de energia, o que retarda de forma significativa a pesquisa.

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