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Brasil quer finalizar documento antes da chegada de líderes

''Estamos absolutamente convencidos que terminaremos as negociações nesta noite. Avançamos em todos os pontos'', afirmou Luiz Alberto Figueiredo Machado

O diplomata descartou que as negociações possam se prolongar até depois da chegada dos chefes de Estado ou de Governo  (©AFP/Arquivo / Olivier Morin)

O diplomata descartou que as negociações possam se prolongar até depois da chegada dos chefes de Estado ou de Governo (©AFP/Arquivo / Olivier Morin)

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Da Redação

Publicado em 18 de junho de 2012 às 22h13.

Rio de Janeiro - O Brasil, que assumiu a coordenação das negociações do documento final da Conferência da ONU sobre Desenvolvimento Sustentável Rio+20, considera que o texto pode ser concluído ainda nesta segunda-feira, antes da chegada dos líderes que participarão da cúpula.

''Estamos absolutamente convencidos que terminaremos as negociações nesta noite. Avançamos em todos os pontos'', afirmou o negociador-chefe do Brasil, Luiz Alberto Figueiredo Machado, em entrevista coletiva.

O diplomata descartou que as negociações possam se prolongar até depois da chegada dos chefes de Estado ou de Governo ou que sigam até amanhã, na véspera da sessão inaugural da Cúpula.

''Conseguimos avançar sem dúvida nenhuma e estamos vencendo os obstáculos que permaneciam'', afirmou Figueiredo. O Brasil assumiu a coordenação das negociações no sábado passado depois do fracasso do comitê preparatório coordenado pela ONU na tentativa de alcançar um documento pactuado e sem divergências em áreas diferentes.

Para tentar superar as divergências, o Brasil apresentou um texto sucinto com uma redução significativa do número de parágrafos do documento original e eliminação das partes que geravam divergências no documento chamado ''O futuro que queremos''.


Apesar de o novo texto facilitar o consenso, vários grupos negociadores, entre eles a União Europeia (UE), o qualificaram como pouco ambicioso. O documento proposto pelo Brasil, no entanto, foi elogiado pelo secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, em carta dirigida aos negociadores.

''As negociações andam bem. Estamos nos aproximando da conclusão do texto. As consultas lideradas pelo Brasil introduziram uma dinâmica acelerada e construtiva para o processo de negociação. O texto que está sobre a mesa foi bem recebido, embora pequenos ajustes ainda possam ser introduzidos'', afirmou na carta.

Ban disse estar razoavelmente otimista com a possibilidade de que as negociações possam ser concluídas como estava previsto. ''Faço uma chamada às delegações para que unam forças, mostrem flexibilidade e espírito de compromisso de modo que concluam como estava planejado'', ressaltou.

O assunto de maior divergência é o dos ''meios de implementação'', ou seja, os recursos necessários para financiar os projetos de desenvolvimento sustentável e a transferência de tecnologia.

Figueiredo explicou que, após descartar uma proposta dos países pobres para a criação de um fundo com US$ 30 bilhões anuais, estão sendo estudadas novas fórmulas de financiamento.


''O que está sendo pensado é um conjunto de meios, não só de cooperação para o desenvolvimento, mas também outras modalidades, como fundos privados, de instituições multinacionais, e de múltiplas origens'', afirmou.

O brasileiro ainda destacou que as divergências sobre o fortalecimento ou não do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) foram superadas com um novo texto que não transforma automaticamente o organismo em uma agência especializada da ONU, com maior autonomia e orçamento próprio.

''O texto estipulado sobre o Pnuma usa especificamente os termos fortalecer e dar um ''upgrade'', mas não estabelece que o programa passará a ser outra coisa'', afirmou.

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