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Brasil é quarto lugar em ranking de construções sustentáveis

"O conceito de construção sustentável está amadurecendo e se consolidando na cadeia produtiva da construção civil”, avalia Wagner Soares, gerente de Meio Ambiente da Fiemg

Painéis de captação de energia solar em hotel de João Pessoa, na Paraíba (Toddy Holland)
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Da Redação

Publicado em 5 de junho de 2013 às 07h49.

Brasília – No ano em que a luta contra o desperdício ganhou o topo da agenda ambiental internacional, o mercado brasileiro busca mais um degrau no ranking mundial de construções sustentáveis.

Hoje, o Brasil ocupa o quarto lugar entre os países que mais concentram edificações feitas a partir de critérios ambientalmente adequados. Os Estados Unidos reúnem o maior número de empreendimentos em análise, seguidos pela China e pelos Emirados Árabes Unidos.

Mais de 720 projetos brasileiros aguardavam a certificação internacional, conferida pela organização não governamental internacional chamada Green Building Council (GBC), responsável por estimular as construções verdes no mundo.

Pelo menos 99 edificações no país detêm o selo. A expectativa do governo e da indústria de construção é chegar a 900 projetos para análise da organização até o final do ano.

Caso consiga atingir a meta, o Brasil ocupará a terceira posição na lista dos países com mais edificações ambientalmente projetadas. A construção civil é responsável por alto consumo de recursos naturais e utiliza energia em larga escala, de acordo com números do Conselho Internacional da Construção. Mais de 50% dos resíduos sólidos gerados por atividades humanas são oriundos do setor.

"O conceito de construção sustentável está amadurecendo e se consolidando dentro da cadeia produtiva da construção civil”, avaliou Wagner Soares, gerente de Meio Ambiente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg).

Para alcançar esse status, engenheiros e arquitetos precisam observar uma série de pré-requisitos e medidas, como a redução do consumo de energia e a prioridade às condições de luminosidade natural e de lâmpadas de baixo consumo, além do uso de aparelhos eletrodomésticos mais econômicos (indicados pelo selo Procel).

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“A reforma ainda é um tanto complicada e o custo ainda não é muito baixo. Você tem um aumento de 15%, em média, do custo da construção quando trabalha com sustentabilidade e isso coloca em risco o valor do investimento”, destacou Soares.


Pelas contas do GBC Brasil, esse gasto, que já foi 30% superior ao de obras convencionais, pode significar uma diferença de até 5%.

Wagner Soares destacou que existe uma tendência de barateamento dos gastos ao longo do tempo. A expectativa é que as pessoas adotem, cada vez mais, sistemas ambientalmente sustentáveis. Soares ponderou que o maior investimento ainda impede que esses projetos representem uma realidade frequente no país.

O governo federal, por sua vez, desenvolve ações para estimular programas ambientalmente sustentáveis. O Ministério do Meio Ambiente disponibiliza cursos pela internet sobre procedimentos que podem ser adotados para adequar prédios públicos a esses sistemas de sustentabilidade.

O programa habitacional Minha Casa, Minha Vida começou há dois anos, com a obrigatoriedade do uso de energia solar em todos os novos empreendimentos destinados às famílias com renda máxima de três salários mínimos. A etapa incluiu 2 milhões de residências, das quais 1,2 milhão para famílias com renda máxima de três salários mínimos.

Técnicos do governo informaram que existem diversas linhas de financiamento para beneficiar esses projetos. Procuradas pela Agência Brasil, as principais instituições financeiras públicas – Banco do Brasil e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) - não apontaram qualquer crédito criado especificamente para essa finalidade.

Os projetos podem ser beneficiados por linhas de crédito que já existiam.A Caixa Econômica Federal não deu informações sobre o assunto.

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