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Brasil e Grã-Bretanha tentarão superar impasse sobre clima

Essa é a esperança de permitir pelo menos a aprovação de um pacote modesto de medidas de combate ao aquecimento global

Movimentação na COP16: não deve haver tratado climático de cumprimento obrigatório (Divulgação/COP16)
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Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2010 às 09h04.

Cancún - Brasil e Grã-Bretanha discutirão formas de superar o impasse nas conversações sobre o futuro do Protocolo de Kyoto, na esperança de permitir pelo menos a aprovação de um pacote modesto de medidas de combate ao aquecimento global na atual conferência da ONU, em Cancún.

A chanceler mexicana, Patricia Espinosa, disse ter pedido a outros pares de nações desenvolvidas/em desenvolvimento - como Suécia e Granada, ou Austrália e Bangladesh - que busquem soluções para outras questões menores na conferência, que vai de 29 de novembro a 10 de dezembro.

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"Há condições para alcançarmos um pacote amplo e equilibrado de decisões", disse ela aos delegados de quase 200 países reunidos em Cancún. "Entretanto, o resultado positivo que nossas sociedades exigem ainda não está completo."

Não há expectativa de que a conferência de Cancún resulte em um novo tratado climático de cumprimento obrigatório para todos os países. A busca é pela criação de mecanismos de ajuda financeira e tecnológica às nações pobres para ações relacionadas à mudança climática.

Pela proposta do trabalho em duplas, caberá ao Brasil e à Grã-Bretanha resolverem a divergência mais complicada, que envolve a prorrogação do Protocolo de Kyoto. Esse tratado, que expira em 2012, exige que quase 40 países desenvolvidos reduzam suas emissões de gases do efeito estufa.

Japão, Rússia e Canadá, entre outros, recusam-se a prorrogar a vigência do tratado se ele não incluir exigências para grandes economias emergentes, como China e Índia.

As nações em desenvolvimento, por sua vez, alegam que os países ricos se beneficiaram mais das emissões de gases do efeito estufa desde a Revolução Industrial, e que a prorrogação do Protocolo de Kyoto não deveria estar condicionada à adesão dos países pobres.

Espinosa afirmou que Suécia e Granada vão tentar desenvolver metas globais de longo prazo para reduzir o ritmo da mudança climática, enquanto Espanha e Argélia discutirão questões da ajuda para a adaptação climática dos países pobres.

Austrália e Bangladesh trabalharão na questão de finanças e tecnologia, enquanto Nova Zelândia e Indonésia ficarão com outras questões relativas ao controle das emissões de gases do efeito estufa.

"Isso nos dá uma boa base a partir da qual trabalhar", disse na reunião a comissária (ministra) da União Europeia para questões climáticas, Connie Hedegaard.

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