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Brasil e Argentina devem se reunir sobre veículos

Argentina vive uma crise cambial e o governo impôs restrições ao fluxo de moedas que atingiram o comércio de veículos


	Carros: Argentina vive uma crise cambial e o governo impôs restrições ao fluxo de moedas que atingiram o comércio de veículos
 (Getty Imagens)

Carros: Argentina vive uma crise cambial e o governo impôs restrições ao fluxo de moedas que atingiram o comércio de veículos (Getty Imagens)

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Da Redação

Publicado em 17 de abril de 2014 às 14h54.

Brasília - Os governos do Brasil e da Argentina devem se reunir na semana que vem sobre as restrições que afetam o comércio de veículos entre os países, disse o presidente da associação brasileira de montadoras, Anfavea, após encontro com a presidente Dilma Rousseff e ministros nesta quinta-feira.

A produção de veículos do Brasil no primeiro trimestre caiu 8,4 por cento, em resultado impactado em parte por redução das exportações, que têm como principal destino a Argentina.

A Argentina vive uma crise cambial e o governo impôs restrições ao fluxo de moedas que atingiram o comércio de veículos. O presidente da Anfavea, Luiz Moan, disse nesta quinta-feira que apesar da assinatura em 28 de março de um memorando de entendimento entre os dois governos para a retomada do fluxo de comércio, o restabelecimento precisa de "ajuste na linha de financiamento da exportação brasileira para a Argentina". Ele não deu detalhes sobre o tipo de ajuste necessário.

"A presidente Dilma determinou que o ministro Mauro Borges (Desenvolvimento e Comércio Exterior) e o ministro (secretário-executivo do Ministério da Fazenda Paulo) Caffarelli conversem com o governo argentino para destravar esse mercado e voltar o fluxo de comércio", disse Moan.

"E o que os dois ministros colocaram foi que já na próxima semana estarão na Argentina reiniciando a negociação", acrescentou o presidente da Anfavea após reunião.

Moan disse que também levou ao governo as preocupações do setor sobre aumentos de custos generalizados na cadeia produtiva automotiva, como os ocorridos em aço, logística e energia elétrica.

Questionado sobre se o setor automotivo brasileiro poderá promover demissões, Moan disse que a Anfavea busca o aumento de produção, que será beneficiada quando a questão com a Argentina for resolvida. "Com o volume de produção retornado, não há por que se falar em redução do emprego", disse.


Várias montadoras de veículos, incluindo de caminhões, promoveram recentemente medidas de ajustes de produção diante de acumulo de estoques. As medidas incluíram programas de demissão voluntária e semanas mais curtas de trabalho. Segundo Moan, as exportações brasileiras de veículos representam cerca de 20 por cento da produção nacional.

O executivo afirmou que a questão da retomada das alíquotas integrais do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) em julho não foi discutida com a presidente.

"A reunião nós pedimos para mostrar a conjuntura atual do setor e as preocupações a médio e longo prazos. Nós não viemos cobrar soluções, mas simplesmente retratar a situação real do setor", disse Moan.

"A única coisa que nós colocamos foi uma questão ligada a custos, que pode virar um aumento de preços e o único momento em que falamos de IPI é de uma preocupação de um aumento novo de preços (dos veículos) em função do IPI", afirmou.

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