Bolsonaro pode responder a processo na Câmara
O presidente da comissão, Domingos Dutra, e um grupo de deputados do colegiado se reuniu com o presidente da Câmara, Marco Maia, pedindo providências contra o parlamentar
Da Redação
Publicado em 4 de abril de 2012 às 14h15.
Brasília - A Comissão de Direitos Humanos da Câmara pediu abertura de processo disciplinar contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) por comportamento incompatível com o mandato parlamentar. O presidente da comissão, Domingos Dutra (PT-MA), e um grupo de deputados do colegiado se reuniu com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), pedindo providências contra o parlamentar.
Bolsonaro tumultuou, nesta terça, a reunião da Comissão Parlamentar da Memória, ligada à Comissão de Direitos Humanos, xingando e ofendendo funcionários, deputados e convidados que prestavam depoimentos - ex-integrantes do Exército e camponeses, envolvidos na Guerrilha do Araguaia. A reunião era fechada a pedido dos convidados e para, segundo a comissão, preservar a integridade física dos depoentes, que sofrem ameaças. Apesar de reservada, a reunião foi registrada pela TV Câmara, apenas para uso interno dos deputados. De acordo com a comissão, a gravação servirá de prova contra o parlamentar.
Os fatos narrados na representação e testemunhados pelos integrantes do colegiado apontam Bolsonaro ofendendo os parlamentares. Inicialmente, ele teria pedido o nome e o endereço dos depoentes ao secretário da comissão, Márcio Araújo. Como os dados eram reservados e negados ao deputado, Bolsonaro xingou o servidor de "cachorrinho". Em seguida, começou a fotografar os depoentes e, ao ser alertado da proibição, afirmou que "a conversa não chegou ao chiqueiro". Bolsonaro teria repetido a mesma expressão ao referir-se ao deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), que tentava evitar o tumulto na reunião.
Aos berros, Bolsonaro chamou os depoentes de mentirosos, segundo narração dos integrantes da comissão. "Seus gritos constituíram visíveis ameaças aos depoentes a ponto de um deles não conter seu choro de medo e indignação", relata o documento. Marco Maia afirmou que encaminhará o documento ao corregedor da Câmara, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE).
"A bola está com a Mesa da Câmara. Nós não vamos permitir que a comissão seja constrangida e, se houver problemas, a responsabilidade será da Mesa", afirmou Domingos Dutra, após o encontro com Marco Maia. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) cobrou uma ação efetiva da corregedoria. "A postura de Bolsonaro é de incitação à violência. Se a Câmara permitir isso, porque as ruas não irão reproduzir o mesmo?", afirmou Chico, alertando para o perigo de a Casa tratar a atitude de Bolsonaro como uma normalidade.
Pela manhã, em discurso no plenário, Bolsonaro criticou a Comissão da Verdade, criada no âmbito do governo pela presidente Dilma Rousseff. "Comissão da patifaria! Comissão da patifaria! Eu quero saber quem são os sete venais ou os sete sem caráter que vão aceitar fazer parte (da comissão)", disse Bolsonaro.
Ele atacou também a comissão parlamentar da Câmara.
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara criou uma comissão paralela a do governo e se reuniu ontem para ouvir os primeiros depoimentos. Os parlamentares da comissão criticam a demora da presidente Dilma em indicar os nomes e instalar a comissão.
Brasília - A Comissão de Direitos Humanos da Câmara pediu abertura de processo disciplinar contra o deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ) por comportamento incompatível com o mandato parlamentar. O presidente da comissão, Domingos Dutra (PT-MA), e um grupo de deputados do colegiado se reuniu com o presidente da Câmara, Marco Maia (PT-RS), pedindo providências contra o parlamentar.
Bolsonaro tumultuou, nesta terça, a reunião da Comissão Parlamentar da Memória, ligada à Comissão de Direitos Humanos, xingando e ofendendo funcionários, deputados e convidados que prestavam depoimentos - ex-integrantes do Exército e camponeses, envolvidos na Guerrilha do Araguaia. A reunião era fechada a pedido dos convidados e para, segundo a comissão, preservar a integridade física dos depoentes, que sofrem ameaças. Apesar de reservada, a reunião foi registrada pela TV Câmara, apenas para uso interno dos deputados. De acordo com a comissão, a gravação servirá de prova contra o parlamentar.
Os fatos narrados na representação e testemunhados pelos integrantes do colegiado apontam Bolsonaro ofendendo os parlamentares. Inicialmente, ele teria pedido o nome e o endereço dos depoentes ao secretário da comissão, Márcio Araújo. Como os dados eram reservados e negados ao deputado, Bolsonaro xingou o servidor de "cachorrinho". Em seguida, começou a fotografar os depoentes e, ao ser alertado da proibição, afirmou que "a conversa não chegou ao chiqueiro". Bolsonaro teria repetido a mesma expressão ao referir-se ao deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), que tentava evitar o tumulto na reunião.
Aos berros, Bolsonaro chamou os depoentes de mentirosos, segundo narração dos integrantes da comissão. "Seus gritos constituíram visíveis ameaças aos depoentes a ponto de um deles não conter seu choro de medo e indignação", relata o documento. Marco Maia afirmou que encaminhará o documento ao corregedor da Câmara, deputado Eduardo da Fonte (PP-PE).
"A bola está com a Mesa da Câmara. Nós não vamos permitir que a comissão seja constrangida e, se houver problemas, a responsabilidade será da Mesa", afirmou Domingos Dutra, após o encontro com Marco Maia. O deputado Chico Alencar (PSOL-RJ) cobrou uma ação efetiva da corregedoria. "A postura de Bolsonaro é de incitação à violência. Se a Câmara permitir isso, porque as ruas não irão reproduzir o mesmo?", afirmou Chico, alertando para o perigo de a Casa tratar a atitude de Bolsonaro como uma normalidade.
Pela manhã, em discurso no plenário, Bolsonaro criticou a Comissão da Verdade, criada no âmbito do governo pela presidente Dilma Rousseff. "Comissão da patifaria! Comissão da patifaria! Eu quero saber quem são os sete venais ou os sete sem caráter que vão aceitar fazer parte (da comissão)", disse Bolsonaro.
Ele atacou também a comissão parlamentar da Câmara.
A Comissão de Direitos Humanos da Câmara criou uma comissão paralela a do governo e se reuniu ontem para ouvir os primeiros depoimentos. Os parlamentares da comissão criticam a demora da presidente Dilma em indicar os nomes e instalar a comissão.