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Bolsonaro pede que Argentina reflita sobre candidato de Kirchner

Em entrevista, Bolsonaro demonstrou apoio à reeleição de Macri e criticou a visita de Alberto Fernández, vice de Cristina Kirchner, ao ex-presidente Lula

Bolsonaro: "Não quero que a Argentina siga a linha da Venezuela", afirmou o presidente (Carolina Antunes/PR/Flickr)

Bolsonaro: "Não quero que a Argentina siga a linha da Venezuela", afirmou o presidente (Carolina Antunes/PR/Flickr)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 14 de julho de 2019 às 16h04.

Última atualização em 14 de julho de 2019 às 16h06.

O presidente Jair Bolsonaro reafirmou, em entrevista ao Clarín, seu apoio à reeleição de Mauricio Macri para que a Argentina "não siga a linha da Venezuela" e também disse que pretende trabalhar para que o Mercosul feche acordos comerciais com a maior quantidade possível de blocos.

"Temos conversado sobre a possibilidade de acordos com Japão, Coreia do Sul e agora também Estados Unidos", afirmou ele ao jornal argentino. "É a melhora da economia que vai tirar o povo da situação difícil em que se encontra. Na Argentina, e grande parte do povo brasileiro", comentou.

A entrevista foi concedida em Brasília, antes da viagem de Bolsonaro nesta semana à cidade argentina de Santa Fé para uma cúpula do Mercosul. Bolsonaro criticou a chapa formada por Alberto Fernández com a ex-presidente Cristina Kirchner como vice, que aparece empatada em várias pesquisas com Macri.

O líder brasileiro criticou o fato de que Fernández disse que pretende revisar o acordo entre o Mercosul e a União Europeia. "Isso traz problemas econômicos para Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai", argumentou. "Estamos concentrados na economia. Um governo com a economia frágil não se sustenta. E eu não quero que a Argentina siga a linha da Venezuela."

Bolsonaro ainda ressaltou que não quer ver Cristina "de volta ao poder", embora também tenha dito que não pretende "interferir politicamente em outro país". Para ele, o fato de que "o candidato de Cristina", Alberto Fernández, tenha visitado o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva na prisão em Curitiba "demonstra um completo desconhecimento do que acontece no Brasil".

Ele afirmou que o Partido dos Trabalhadores (PT) tinha um "projeto de poder" e "assaltou as empresas estatais", levando a Petrobras "quase à destruição" e deixando "os fundos de pensão também quebrados". Para ele, a postura de Fernández, inclusive a visita a Lula, "é um sinal de que podemos ter um atrito com a Argentina que não queremos ter".

O presidente brasileiro disse ainda que, quando era deputado, fazia oposição ao Mercosul, "mas por sua tendência ideológica". Ele relatou ter conversado anteriormente com Macri e que ambos decidiram que "essa tendência ideológica tem que deixar de existir, temos que ir ao livre mercado e fazer acordos com a maior quantidade de blocos ou países do mundo".

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