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Bolívia insiste na necessidade de alta dos combustíveis

O governo do presidente Evo Morales sofreu um revés político na semana passada

As exportações de gás natural, principal negócio internacional boliviano, atingiram 3 bilhões de dólares em 2010 (Joel Alvarez/Wikimedia Commons)
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Da Redação

Publicado em 3 de janeiro de 2011 às 22h34.

La Paz - A Bolívia retomou na segunda-feira seus esforços para aumentar os preços dos combustíveis, apenas três dias depois de cancelar a medida que provocou um caos no transporte e no comércio de produtos básicos.

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O vice-presidente, Alvaro García Linera, disse que a importação e os subsídios ao diesel e outros combustíveis atingiram mais de um terço da receita das vendas de gás à Argentina e ao Brasil e ameaçavam tornar a situação inviável para o país.

"Mais cedo ou mais tarde essa ferida terá que fechar", disse García na segunda-feira à rádio estatal, insistindo na necessidade de aumentar os preços dos combustíveis.

No entanto, desta vez o governo tentará entrar em acordo com os sindicatos e organizações sociais que se puseram contra o "gasolinaço".

O governo do presidente Evo Morales sofreu um revés político na semana passada ao se ver forçado a não aumentar em até 83 por cento os combustíveis para veículos, dos quais o país é deficitário, apesar de ser um grande produtor e exportador de gás natural.

Há pouco mais de uma década, a Bolívia se concentrou nas exportações de gás, enquanto a produção de petróleo e outros hidrocarbonetos líquidos passou a ser um negócio paralelo para a indústria local, para a qual tem um preço congelado de 27 dólares o barril.

García revelou que o orçamento do Estado boliviano para 2011 prevê 1,002 bilhão de dólares para a importação de combustíveis líquidos, 10 vezes mais que o valor gasto há cinco anos para a mesma compra.

Por outro lado, as exportações de gás natural, o principal negócio internacional boliviano, atingiram em 2010 um valor de 3 bilhões de dólares, segundo projeções oficiais.

"Se em 2011 é 1,002 bilhão, em 2015 quanto será?", disse.

"Por isso é que pôr fim à importação e ao subsídio de combustíveis tornou-se uma prioridade nacional", acrescentou ele, depois de revelar que o governo começou a estudar um plano de incentivos à produção de petróleo, embora sem dar mais detalhes.

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