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Bolívia e Equador devem ser os próximos membros do Mercosul

A decisão de negociar a maior aproximação com os governos boliviano e equatoriano foi tomada pelos chanceleres dos países integrantes do bloco

Brasil e Argentina levaram 11 anos desde a criação do Mercosul para aquecer comércio (Wikimedia Commons)

Brasil e Argentina levaram 11 anos desde a criação do Mercosul para aquecer comércio (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 28 de junho de 2011 às 21h38.

Assunção - Vinte anos depois de sua criação, o Mercosul vai trabalhar pela inclusão definitiva de dois membros no bloco: Bolívia e Equador. Atualmente, os dois países andinos são membros associados do bloco regional, integrado por Brasil, Argentina, Paraguai e Uruguai. Como membros plenos, poderiam participar também da união aduaneira.

A decisão de negociar a maior aproximação com os governos boliviano e equatoriano foi tomada pelos chanceleres dos países integrantes do bloco, nesta terça-feira (28), véspera da 41ª Cúpula do Mercosul. O alto representante do Mercosul, embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, viajará em breve a Bolívia, acompanhado por diplomatas dos quatro países membros, para iniciar as negociações. Em seguida, viajará ao Equador, cujo presidente, Rafael Correa, participará da cúpula como convidado.

Ao anunciar os projetos de expansão do Mercosul, o chanceler brasileiro, Antonio Patriota, rebateu as críticas de que o bloco econômico perdeu força e não conseguiu transformar-se em um verdadeiro projeto de integração política, econômica e comercial, como a União Europeia (UE). Segundo ele, em 2010, a economia do bloco regional cresceu 8%. "Foi o crescimento mais elevado que o registrado por qualquer outra união aduaneira ou associação de livre comércio", disse Patriota, em entrevista coletiva. Além da UE, que vive momentos de crise, o Mercosul superou, em crescimento, a Associação de Nações do Sudeste Asiático (Asean).

Patriota também respondeu às críticas de empresários paraguaios, publicadas na imprensa local, às travas comerciais do Brasil e da Argentina. Ele lembrou que, em 2010, a economia paraguaia cresceu 15%, o maior crescimento no Continente Americano. E que o crescimento no bloco econômico foi acompanhado por uma distribuição de renda.

"No passado, o Brasil cresceu, mas não havia igualdade social. Hoje, dos Brics [acrônimo que representa os emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul], o Brasil é o único com crescimento e distribuição de renda. O mesmo ocorre na Argentina, no Paraguai e no Uruguai. Essa melhoria não pode ser dissociada do Mercosul", ressaltou o subsecretário-geral para América do Sul, Central e Caribe, embaixador Antônio José Simões.


Em 20 anos de Mercosul, houve também um aumento significativo do intercâmbio comercial, que passou de US$ 4,5 bilhões em 1991 para US$ 45 bilhões no ano passado. Segundo Patriota, as expectativas para 2011 é superar os US$ 50 bilhões. "O intercâmbio comercial cresceu mil por cento", disse Simões. Segundo ele, esse desempenho é superior ao de outros acordos de livre comércio, como o assinado há sete anos por Chile e Estados Unidos.

Alem da Bolívia e do Equador, o Mercosul tem mais três membros associados: Chile, Peru e Colômbia. Mas o Mercosul optou por negociar uma aproximação maior com os governos da Bolívia e do Equador porque eles nao têm acordos de livre comércio com os Estados Unidos ou a UE.

Patriota também lembrou que o mundo mudou, desde a criação do Mercosul. "A China não era um parceiro significativo; hoje é o principal parceiro comercial do Brasil", disse. Segundo ele, um dos temas da reunião de chanceleres foi, justamente, o comércio Sul-Sul. As previsões são de que a China e a Índia continuem precisando de alimentos, energia e minerais. O Mercosul deveria desenvolver uma política de inserção nesses novos mercados, alem de implementar medidas para facilitar o livre trânsito dentro do bloco regional", disse o chanceler brasileiro.

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