Mundo

Bolívia devia ter dado salvo conduto a Molina, diz Janot

Indicado por Dilma para assumir o cargo de procurador-geral da República, ele passa por sabatina no Senado


	Rodrigo Janot: "a extradição não ultrapassa o asilo político. O asilo político pressupõe uma perseguição política na origem", disse
 (Wilson Dias/ABr)

Rodrigo Janot: "a extradição não ultrapassa o asilo político. O asilo político pressupõe uma perseguição política na origem", disse (Wilson Dias/ABr)

DR

Da Redação

Publicado em 29 de agosto de 2013 às 15h02.

Brasília - O subprocurador Rodrigo Janot considerou que o governo boliviano deveria ter dado o salvo conduto para o senador boliviano Roger Pinto Molina.

"O Estado boliviano, para permitir a consequência lógica, que é o asilo territorial, deveria ter concedido sim o salvo conduto", defendeu Janot, indicado pela presidente Dilma Rousseff para assumir o cargo de procurador-geral da República e que passa por sabatina na Comissão de Constituição e Justiça do Senado nesta quinta-feira, 29.

O subprocurador também foi questionado pelos senadores sobre qual entendimento tinha de uma possível extradição de Molina. "A extradição não ultrapassa o asilo político. O asilo político pressupõe uma perseguição política na origem. No direito internacional prevalece o 'non-refoulement', ou seja, você não devolve a pessoa à origem naquele status em que ele se encontra", respondeu.

"Não vejo a possibilidade de uma concessão de extradição enquanto perdurar o asilo. Agora, o asilo também não é uma decisão permanente. É uma decisão de governo, é uma decisão política que pode ser revista", acrescentou.

O senador boliviano estava asilado na embaixada brasileira em La Paz desde maio de 2012, mês em que recebeu o asilo diplomático. O governo de Evo Morales, porém, recusou-se a dar o salvo conduto para que Molina deixasse a Bolívia.

O encarregado de negócios da embaixada do Brasil na Bolívia, Eduardo Saboia, trouxe o senador em um carro até Corumbá (MT), de onde Molina seguiu para Brasília. A fuga do boliviano custou o cargo do ministro das Relações Exteriores, Antônio Patriota, que foi substituído pela presidente Dilma Rousseff pelo embaixador Luiz Alberto Figueiredo Machado.

Acompanhe tudo sobre:América LatinaBolíviaMinistério PúblicoPolítica no BrasilSenado

Mais de Mundo

Companhias aéreas retomam gradualmente os serviços após apagão cibernético

Radiografia de cachorro está entre indícios de esquema de fraude em pensões na Argentina

Trump conversa com Zelensky e promete "negociação" e "fim da guerra" na Ucrânia

Legisladores democratas aumentam pressão para que Biden desista da reeleição

Mais na Exame