Mundo

Bolívia denuncia "atos de desestabilização" de Evo Morales para ONU e CIDH

Ex-presidente quer ser candidato em 2025, mas está inabilitado pela Justiça

Evo Morales, ex-presidente da Bolívia. (Aizar Raldes/AFP)

Evo Morales, ex-presidente da Bolívia. (Aizar Raldes/AFP)

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 22 de setembro de 2024 às 16h49.

O Ministério das Relações Exteriores da Bolívia informou neste domingo que enviou cartas a três organizações internacionais para denunciar "atos de desestabilização" do ex-presidente Evo Morales e de seus seguidores, que protestam em La Paz para exigir sua habilitação como candidato para as eleições de 2025.

"Expusemos à comunidade internacional os atos de desestabilização contra nosso governo", diz uma declaração oficial do Ministério das Relações Exteriores do governo do presidente Luis Arce.

As cartas foram enviadas ao secretário-geral da ONU, António Guterres, ao alto comissário da ONU para Direitos Humanos, Volker Türk, e a Tania Reneaum Panszi, secretária executiva da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (IACHR).

"Nosso governo tem um compromisso firme com a democracia, o respeito aos direitos humanos e a convicção de que o diálogo é a melhor maneira de lidar com as diferenças", afirma o comunicado.

A marcha dos setores que seguem Morales partiu na terça-feira da cidade de Caracollo, na região andina de Oruro, e neste domingo marca seu sexto dia de mobilização em direção à cidade de La Paz, sede do governo, e se prepara para chegar a Achica Arriba.

Os partidários do ex-presidente afirmam que se trata de uma marcha para "salvar a pátria" diante de problemas como a escassez de dólares e de combustível e o aumento do custo de alguns produtos básicos, além de exigir o respeito às resoluções de um congresso do Movimento ao Socialismo (MAS) realizado no ano passado - não reconhecido pelo Tribunal Eleitoral - no qual foi definida a candidatura de Morales para 2025.

O governo de Arce afirma que a manifestação promovida por Morales tem o objetivo de promover um "golpe de Estado" e fazer com que o chefe do Senado, Andrónico Rodríguez, que é próximo ao ex-governante, assuma a presidência do país para viabilizar sua candidatura.

Morales e Arce estão afastados desde o final de 2021 devido a diferenças na administração estatal que se aprofundaram sobre a necessidade de renovar a liderança nacional do MAS, ainda nas mãos do ex-presidente, algo sobre o qual as facções leais a ambos não conseguiram chegar a um acordo. 

Acompanhe tudo sobre:BolíviaEvo Morales

Mais de Mundo

Ministro da Defesa de Israel diz que acordo com Hamas está “mais próximo do que nunca”

Governo da Alemanha enfrenta voto de confiança que deverá antecipar eleições no país

Marine Le Pen avalia que o “método” de Bayrou parece “mais positivo” que o de Barnier

Bashar al-Assad nega ter fugido de forma 'premeditada' da Síria