La Paz - O presidente da Bolívia, Evo Morales , anunciou nesta quinta-feira o começo este ano de um programa civil de energia nuclear que contará com unidades no departamento de La Paz (oeste) e cujo investimento vai superar os US$ 2 bilhões até o ano de 2025.
Morales, que antecipou estes dados durante a assinatura de um contrato com uma empresa espanhola para a construção de uma usina hidrelétrica, reiterou que o desenvolvimento nuclear tem "fins pacíficos".
"Um país que tem o controle energético é um país libertado, independente. A melhor forma de nos libertar também é tendo uma energia nuclear com fins pacíficos", asseverou.
O anúncio foi feito uma semana depois que a Corporação Mineradora da Bolívia revelou que foi encontrado urânio em uma prospecção na região oriental de Santa Cruz, no entanto se desconhece o tamanho da jazida.
Segundo o presidente, o programa de energia nuclear que seu país desenvolverá terá fins pacíficos, entre os quais citou a pesquisa médica e a agroalimentar.
Além disso, Morales acrescentou que serão instaladas na região andina de La Paz um acelerador de partículas de tipo ciclotron PET/CT, um reator nuclear de pesquisa e outro de potência.
O Executivo boliviano defendeu reiteradamente ao longo deste ano seu "direito" de contar com um plano de energia nuclear.
Morales começou em janeiro passado seu nono ano de Governo assegurando que este assunto tinha se transformado em "uma prioridade estratégica" para seu país.
Entre os possíveis parceiros do país andino para desenvolver este programa atômico estão Rússia, Irã, Argentina e França.
- 1. 1 - França
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A
França é o país mais dependente dessa fonte de
energia radioativa, que representa 77,7% da matriz energética. Os dados são da ONG
World Nuclear Power e foram atualizados em setembro. Anualmente, os franceses produzem 423 bilhões de kWh, perdendo só para os Estados Unidos. Não à toa, a
energia nuclear é um dos principais pontos de debate do programa dos candidatos à eleição presidencial. No país, existem 58 reatores em operação, além de um em construção, outro na fase de planejamento, e um terceiro cuja proposta ainda está sendo estudada.
- 2. 2 - Bélgica
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Mais da metade de toda a energia consumida na Bélgica (54%) vem de
usinas nucleares . Seus sete reatores operantes são antigos e às vezes apresentam problemas, como fissuras que em agosto obrigou o fechamento de uma das centrais. Em 1999, o país anunciou a descontinuação de seu programa nuclear durante 40 anos, mas acabou retomando-o em 2000. A Bélgica produz 14.8 bilhões de kWh de fontes nucleares, o triplo da geração brasileira.
- 3. 3 - Eslováquia
3 /11(Creative Commons/ Flickr.com/photos/tukanuk)
Na Eslováquia, a energia nuclear supre 54% das necessidades do país. Quatro reatores são responsáveis pela produção anual de 14,3 bilhões de kWh. Outras quatro centrais estão sendo construídas, duas estão em fase de implementação e mais uma encontra-se em estudo pelos governantes do país.
- 4. 4 - Ucrânia
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Palco de um dos piores acidentes nucleares da história, na usina de Chernobil, a Ucrânia é o quarto país que mais consome energia nuclear no mundo. Por ano, seus 15 reatores em atividade produzem 84,9 bilhões de kWh de energia nuclear, montante que supre 47,2% das necessidades energéticas do país. Atualmente, existem duas novas usinas em fase de implementação e propostas sob análise para criação de mais 11 reatores.
- 5. 5 - Hungria
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Quatro centrais nucleares são responsáveis pelo suprimento de 43,2% da energia consumida na Hungria. Há propostas de implementação de mais dois reatores no país, que produz anualmente 14,7 bilhões de kWh, equivalente à produção brasileira.
- 6. 6 - Eslovênia
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Localizada a 120 quilômetros da capital, fica a única usina nuclear da Eslovênia. A central atômica de Krsko produz anualmente 5,9 bilhões de KW, que abastecem 741,7% das casas, prédios, indústrias e outras unidades consumidoras do país. Há uma proposta para implementar mais uma central, mas a ideia ainda aguarda aprovação.
- 7. 7 - Suíça
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Atualmente, 40,8% da eletricidade consumida na Suíça vem da energia nuclear gerada por cinco reatores. O país, que produz anualmente 25,7 bilhões de kWh, estuda no entanto abandonar a energia atômica até 2034. Para compensar a saída de cena das atuais centrais nucleares e garantir a segurança energética do país, o governo helvético promete investir pesado na geração alternativa a partir de fontes renováveis, como hidráulica, solar e eólica.
- 8. 8 - Suécia
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Quase 40% da energia consumida na Suécia vem de usinas nucleares. Somadas, as dez centrais do país produzem anualmente 58,1 bilhão de kWh. Aos olhos do governo local, o uso da energia nuclear (que não gera emissões de gases efeito estufa) é uma de diminuir a participação sueca no processo de aquecimento global.
- 9. 9 - Coreia do Sul
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Nono país mais dependente de energia nuclear, a Coreia do Sul conta com 23 usinas para produzir 147 bilhões de kWh necessários para abastecer 34,6% da demanda. Segundo a Ong World Nuclear, quatro reatores estão em construção atualmente no país, e outros cinco estão em fase de planejamento.
- 10. 10 - Armênia
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Cerca de 33% de toda a energia consumida na Armênia vem de fontes atômicas. Ou melhor, de um único lugar, o complexo nuclear de Metsamor, considerado um dos mais perigosos do mundo. Em 1988, a usina chegou a ser fechada depois de um terremoto atingir o país. Mas, sete anos depois, ela foi reaberta sem nenhuma melhoria ter isso feita no sistema de segurança. Há estudos em andamento para a instalação de mais um reator.
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11 /11(Sergio Moraes/Reuters)