Bispos convidam todos os cubanos a receber o Papa
Havana - Em carta pública, a Conferência Episcopal dos Bispos de Cuba convidou, nesta quinta-feira, "todo o povo" a receber com carinho e entusiasmo o papa Bento XVI, que visitará a ilha de 26 a 28 de março, ao mesmo tempo em que admitiu a possibilidade de o Pontífice reunir-se com o líder Fidel Castro. […]
Da Redação
Publicado em 1 de março de 2012 às 17h03.
Havana - Em carta pública, a Conferência Episcopal dos Bispos de Cuba convidou, nesta quinta-feira, "todo o povo" a receber com carinho e entusiasmo o papa Bento XVI , que visitará a ilha de 26 a 28 de março, ao mesmo tempo em que admitiu a possibilidade de o Pontífice reunir-se com o líder Fidel Castro.
"Dentro de 25 dias o Papa estará em Cuba", lembrou o secretário da Conferência Episcopal, o sacerdote José Félix Pérez.
"Sabemos que não se pode tirar análises e interpretações políticas de uma visita pontifícia", disse Pérez, sobre o impacto que possa ter a presença do Papa na ilha, onde ficaram para trás antigas desavenças entre o governo comunista e a Igreja, que desde maio de 2010 dialogam sem empecilhos.
A visita "evidentemente, não serve para tirar conclusões políticas", apesar de "não sabermos qual seria (...) a mensagem do Papa, (nem) a incidência que possa ter no momento político nacional", expressou Pérez à imprensa.
"Só sei que Bento XVI (...) vai falar do amor cristão, de reconciliação e unidade entre os cubanos", acrescentou o sacerdote.
Os cubanos estão profundamente divididos desde que os revolucionários de Fidel Castro tomaram o poder, em 1959; dois milhões de cubanos vivem no exílio, a maioria nos Estados Unidos, que mantêm há meio século um embargo econômico sobre a ilha, situada a menos de 150 quilômetros de suas costa.
Num fato inédito, 700 fiéis cubano-americanos vão viajar especialmente para o evento, a partir de Miami, reduto do anticastrismo, e a partir de Nova York, segundo Pérez.
"Estão sendo esperados três aviões, cada um deles com 250 pessoas mais ou menos", acrescentou.
O Pontífice vai celebrar missas campais em Havana e em Santiago de Cuba, no sudeste da ilha, em uma turnê que também inclui uma visita ao México.
Segundo Pérez, está também programado um encontro privado entre Bento XVI e o presidente Raúl Castro.
"Não há nada oficial em relação ao ex-presidente Fidel Castro", mas "isto está entre as probabilidades", insistiu.
Esclareceu, também, que "Bento XVI não se reunirá com grupos específicos", o que descarta qualquer encontro com as opositoras Damas de Branco, que o solicitaram à Nunciatura, e com líderes de outras igrejas cristãs ou cultos de origem africana, muito praticados na ilha.
O Papa visitará Cuba como parte das celebrações dos 400 anos do aparecimento, na ilha, da imagem da Virgem da Caridade do Cobre, padroeira nacional.
Será a segunda visita papal à ilha, depois da realizada por João Paulo II em janeiro de 1998, que marcou o fim da era de gelo nas relações entre o governo e a Igreja.
Fidel Castro assistiu às celebrações de João Paulo II, que pediu, na visita, "que Cuba se abra com todas as suas magníficas possibilidades para o mundo e que o mundo se abra para Cuba, para que este povo possa olhar o futuro com esperança".
Segundo Pérez, os preparativos para a visita "caminham em bom ritmo, com a construção de altares, como se pode ver na Praça José Martí (em Havana), e em Santiago".
Por motivo da visita, o governo de Raúl Castro concedeu indulto, em dezembro, a 2.991 presos cubanos e a 86 estrangeiros.
Entre eles estão sete presos políticos, segundo a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, considerada ilegal, e que achou a medida "limitada", afirmando que nas prisões do país há "entre 70.000 e 80.000 detentos".
Havana - Em carta pública, a Conferência Episcopal dos Bispos de Cuba convidou, nesta quinta-feira, "todo o povo" a receber com carinho e entusiasmo o papa Bento XVI , que visitará a ilha de 26 a 28 de março, ao mesmo tempo em que admitiu a possibilidade de o Pontífice reunir-se com o líder Fidel Castro.
"Dentro de 25 dias o Papa estará em Cuba", lembrou o secretário da Conferência Episcopal, o sacerdote José Félix Pérez.
"Sabemos que não se pode tirar análises e interpretações políticas de uma visita pontifícia", disse Pérez, sobre o impacto que possa ter a presença do Papa na ilha, onde ficaram para trás antigas desavenças entre o governo comunista e a Igreja, que desde maio de 2010 dialogam sem empecilhos.
A visita "evidentemente, não serve para tirar conclusões políticas", apesar de "não sabermos qual seria (...) a mensagem do Papa, (nem) a incidência que possa ter no momento político nacional", expressou Pérez à imprensa.
"Só sei que Bento XVI (...) vai falar do amor cristão, de reconciliação e unidade entre os cubanos", acrescentou o sacerdote.
Os cubanos estão profundamente divididos desde que os revolucionários de Fidel Castro tomaram o poder, em 1959; dois milhões de cubanos vivem no exílio, a maioria nos Estados Unidos, que mantêm há meio século um embargo econômico sobre a ilha, situada a menos de 150 quilômetros de suas costa.
Num fato inédito, 700 fiéis cubano-americanos vão viajar especialmente para o evento, a partir de Miami, reduto do anticastrismo, e a partir de Nova York, segundo Pérez.
"Estão sendo esperados três aviões, cada um deles com 250 pessoas mais ou menos", acrescentou.
O Pontífice vai celebrar missas campais em Havana e em Santiago de Cuba, no sudeste da ilha, em uma turnê que também inclui uma visita ao México.
Segundo Pérez, está também programado um encontro privado entre Bento XVI e o presidente Raúl Castro.
"Não há nada oficial em relação ao ex-presidente Fidel Castro", mas "isto está entre as probabilidades", insistiu.
Esclareceu, também, que "Bento XVI não se reunirá com grupos específicos", o que descarta qualquer encontro com as opositoras Damas de Branco, que o solicitaram à Nunciatura, e com líderes de outras igrejas cristãs ou cultos de origem africana, muito praticados na ilha.
O Papa visitará Cuba como parte das celebrações dos 400 anos do aparecimento, na ilha, da imagem da Virgem da Caridade do Cobre, padroeira nacional.
Será a segunda visita papal à ilha, depois da realizada por João Paulo II em janeiro de 1998, que marcou o fim da era de gelo nas relações entre o governo e a Igreja.
Fidel Castro assistiu às celebrações de João Paulo II, que pediu, na visita, "que Cuba se abra com todas as suas magníficas possibilidades para o mundo e que o mundo se abra para Cuba, para que este povo possa olhar o futuro com esperança".
Segundo Pérez, os preparativos para a visita "caminham em bom ritmo, com a construção de altares, como se pode ver na Praça José Martí (em Havana), e em Santiago".
Por motivo da visita, o governo de Raúl Castro concedeu indulto, em dezembro, a 2.991 presos cubanos e a 86 estrangeiros.
Entre eles estão sete presos políticos, segundo a Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional, considerada ilegal, e que achou a medida "limitada", afirmando que nas prisões do país há "entre 70.000 e 80.000 detentos".