Bin Laden estava desarmado ao ser morto, diz livro
Integrante do comando de elite que eliminou o terrorista apresenta versão diferente da oficial em obra que estará à venda no começo de setembro
Da Redação
Publicado em 29 de agosto de 2012 às 22h35.
São Paulo - Um novo relato da extraordinária operação militar americana que eliminou o terrorista Osama bin Laden em maio do ano passado causa controvérsias antes mesmo de chegar às livrarias. O livro No Easy Day: The Firsthand Account of the Mission that Killed Osama Bin Laden (Nenhum Dia é Fácil: Relato em Primeira Mão da Missão que Matou Osama Bin Laden, em tradução livre), com lançamento anteriormente previsto para 11 de setembro, deve estar disponível a partir do dia 4, devido à grande procura on-line.
O texto foi escrito por um ex-comandante da Marinha que participou da operação que executou o terrorista, sob o pseudônimo de Mark Owen. Ele foi identificado pela rede Fox News, que teve acesso ao livro na semana passada, como Matt Bissonnette, de 36 anos, um ex-membro do comando de elite Team Six, da Navy Seal - a força de elite da marinha americana responsável pelo ataque. A expressão que dá título ao livro é usada pelos seals como uma espécie de lema e quer dizer que eles vivem sob risco permanente, e os únicos dias fáceis são aqueles que já passaram.
Contradições - Publicações americanas que tiveram acesso ao livro antes do lançamento afirmam que o autor apresenta uma versão surpreendente da morte de Bin Laden: ele estaria desarmado quando foi ferido pelos seals, em seu esconderijo em Abbottabad, no Paquistão. A versão oficial diz que o terrorista resistiu à prisão, estava armado e foi morto pelos comandos enquanto procurava uma arma para atirar contra eles.
Em trechos do livro, citados pela imprensa americana, o autor conta que o chefe de sua equipe viu um homem aparecer rapidamente na porta do quarto onde estaria Bin Laden e disparou. "Estava a menos de cinco passos de chegar ao topo (da escada) quando ouvi tiros. Eu não podia dizer, da posição onde estava, se os tiros acertaram o alvo ou não", diz o ex-soldado. Segundo o autor, o terrorista estava desarmado quando os soldados entraram no quarto. Eles teriam visto mulheres sobre o corpo de Bin Laden - que usava uma camiseta sem mangas branca, calças soltas e uma túnica.
"Sangue e pedaços de cérebro se espalhavam para fora do crânio. Ele ainda se contorcia em convulsões", conta Owen. Só então, ele e outro soldado atiraram no peito de Bin Laden, que ficou inerte no chão. Depois, confirmaram a identidade do terrorista com a ajuda das mulheres que estavam no quarto. De acordo com o livro, havia armas no cômodo, mas nenhuma delas estava preparada para ser utilizada. Ele afirma que não houve tiroteio de 40 minutos e que o terrorista não teve tempo de encarar os seus captores.
Owen afirma que os soldados já previam que o presidente Barack Obama procuraria tirar vantagem da morte de Bin Laden para se reeleger. O livro, assim, deve se tornar tema relevante na campanha eleitoral americana. Seu lançamento ocorre menos de dois meses antes das eleições presidenciais, nas quais o presidente democrata Barack Obama enfrentará o republicano Mitt Romney. A eliminação de Bin Laden, que conseguiu escapar das forças americanas por uma década depois dos atentados de 11 de setembro, é um dos grandes trunfos políticos da atual administração.
Reação - O anúncio da publicação do livro parece ter tomado o Pentágono de surpresa. Na semana passada, o órgão disse à agência France Presse não ter conhecimento de que alguma autoridade da Defesa houvesse lido o manuscrito. O autor do livro não teria respeitado as regras para esses casos, segundo as quais os militares reformados que pretentem publicar livros devem antes entregar os manuscritos às autoridades, para que informações que eventualmente coloquem em perigo a segurança nacional sejam vetadas. O Pentágono anunciou nesta quarta-feira que obteve uma cópia da obra e a está analisando.
O sucesso antecipado do livro foi tamanho, que já surgem boatos sobre uma possível adaptação para o cinema. Os estúdios da DreamWorks teriam demonstrarado interesse no roteiro e Steven Spielberg seria um dos nomes cogitados para participar da produção do filme. Por enquanto, no entanto, essas possibilidades não passam de rumores.
São Paulo - Um novo relato da extraordinária operação militar americana que eliminou o terrorista Osama bin Laden em maio do ano passado causa controvérsias antes mesmo de chegar às livrarias. O livro No Easy Day: The Firsthand Account of the Mission that Killed Osama Bin Laden (Nenhum Dia é Fácil: Relato em Primeira Mão da Missão que Matou Osama Bin Laden, em tradução livre), com lançamento anteriormente previsto para 11 de setembro, deve estar disponível a partir do dia 4, devido à grande procura on-line.
O texto foi escrito por um ex-comandante da Marinha que participou da operação que executou o terrorista, sob o pseudônimo de Mark Owen. Ele foi identificado pela rede Fox News, que teve acesso ao livro na semana passada, como Matt Bissonnette, de 36 anos, um ex-membro do comando de elite Team Six, da Navy Seal - a força de elite da marinha americana responsável pelo ataque. A expressão que dá título ao livro é usada pelos seals como uma espécie de lema e quer dizer que eles vivem sob risco permanente, e os únicos dias fáceis são aqueles que já passaram.
Contradições - Publicações americanas que tiveram acesso ao livro antes do lançamento afirmam que o autor apresenta uma versão surpreendente da morte de Bin Laden: ele estaria desarmado quando foi ferido pelos seals, em seu esconderijo em Abbottabad, no Paquistão. A versão oficial diz que o terrorista resistiu à prisão, estava armado e foi morto pelos comandos enquanto procurava uma arma para atirar contra eles.
Em trechos do livro, citados pela imprensa americana, o autor conta que o chefe de sua equipe viu um homem aparecer rapidamente na porta do quarto onde estaria Bin Laden e disparou. "Estava a menos de cinco passos de chegar ao topo (da escada) quando ouvi tiros. Eu não podia dizer, da posição onde estava, se os tiros acertaram o alvo ou não", diz o ex-soldado. Segundo o autor, o terrorista estava desarmado quando os soldados entraram no quarto. Eles teriam visto mulheres sobre o corpo de Bin Laden - que usava uma camiseta sem mangas branca, calças soltas e uma túnica.
"Sangue e pedaços de cérebro se espalhavam para fora do crânio. Ele ainda se contorcia em convulsões", conta Owen. Só então, ele e outro soldado atiraram no peito de Bin Laden, que ficou inerte no chão. Depois, confirmaram a identidade do terrorista com a ajuda das mulheres que estavam no quarto. De acordo com o livro, havia armas no cômodo, mas nenhuma delas estava preparada para ser utilizada. Ele afirma que não houve tiroteio de 40 minutos e que o terrorista não teve tempo de encarar os seus captores.
Owen afirma que os soldados já previam que o presidente Barack Obama procuraria tirar vantagem da morte de Bin Laden para se reeleger. O livro, assim, deve se tornar tema relevante na campanha eleitoral americana. Seu lançamento ocorre menos de dois meses antes das eleições presidenciais, nas quais o presidente democrata Barack Obama enfrentará o republicano Mitt Romney. A eliminação de Bin Laden, que conseguiu escapar das forças americanas por uma década depois dos atentados de 11 de setembro, é um dos grandes trunfos políticos da atual administração.
Reação - O anúncio da publicação do livro parece ter tomado o Pentágono de surpresa. Na semana passada, o órgão disse à agência France Presse não ter conhecimento de que alguma autoridade da Defesa houvesse lido o manuscrito. O autor do livro não teria respeitado as regras para esses casos, segundo as quais os militares reformados que pretentem publicar livros devem antes entregar os manuscritos às autoridades, para que informações que eventualmente coloquem em perigo a segurança nacional sejam vetadas. O Pentágono anunciou nesta quarta-feira que obteve uma cópia da obra e a está analisando.
O sucesso antecipado do livro foi tamanho, que já surgem boatos sobre uma possível adaptação para o cinema. Os estúdios da DreamWorks teriam demonstrarado interesse no roteiro e Steven Spielberg seria um dos nomes cogitados para participar da produção do filme. Por enquanto, no entanto, essas possibilidades não passam de rumores.