Mundo

Bilionário promete US$ 213 milhões para vacinas na África do Sul

África do Sul e Índia lideram uma campanha para obrigar fabricantes de medicamentos a renunciar às patentes e compartilhar as chamadas receitas para acelerar a distribuição global

Patrick Soon-Shiong: fortuna de 15 bilhões de dólares (Bloomberg/Bloomberg)

Patrick Soon-Shiong: fortuna de 15 bilhões de dólares (Bloomberg/Bloomberg)

B

Bloomberg

Publicado em 13 de maio de 2021 às 19h27.

Última atualização em 13 de maio de 2021 às 19h27.

Patrick Soon-Shiong, bilionário do setor de biotecnologia dos Estados Unidos, planeja fazer uma doação inicial de 3 bilhões de rands (US$ 213 milhões) para a África do Sul, onde nasceu, com o objetivo de ajudar a transferência de nova tecnologia para vacinas contra a Covid-19 e outras terapias.

O país tem “a ciência, o capital humano, a capacidade e o desejo”, disse Soon-Shiong na quarta-feira em reunião internacional sobre distribuição equitativa de vacinas liderada pelo diretor-geral da Organização Mundial da Saúde. “A África do Sul poderia catalisar a construção de capacidade e autossuficiência e, mais importante, a inovação para a África e para as vacinas.”

Por meio de sua fundação familiar e empresa, Soon-Shiong, de 68 anos, também planeja trabalhar com países no continente para permitir o desenvolvimento de recursos para vacinas de segunda geração. Isso ajudará a “abordar as variantes do coronavírus que podem tornar as vacinas atuais menos eficazes” e garantir a fabricação de imunizantes necessários para outras doenças, afirmou.

Os comentários de Soon-Shiong foram feitos após uma de suas empresas, a ImmunityBio, fechar um acordo para fabricar vacinas contra a Covid-19 com o Instituto BioVac, uma empresa sul-africana de imunizantes apoiada pelo estado. A versão da vacina contra a Covid-19 da empresa americana está em testes de fase I e pode fazer parte de uma nova geração de imunizantes que poderiam ser usados em regiões menos desenvolvidas, como a África.

Embora muitos países mais ricos, como EUA e Reino Unido, estejam bem avançados em seus programas de vacinação, a maioria das nações africanas está significativamente atrasada. O continente responde por cerca de 1,5% das vacinas administradas globalmente, segundo dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças da África.

África do Sul e Índia lideram uma campanha para obrigar fabricantes de medicamentos a renunciar às patentes e compartilhar as chamadas receitas para acelerar a distribuição global.

“Por mais importante que seja a renúncia à propriedade intelectual, a questão é a transferência de know-how real”, disse Soon-Shiong. “O que realmente precisamos agora é de vacinas de segunda geração.”

Soon-Shiong tem uma fortuna de US$ 15 bilhões, segundo o Índice de Bilionários da Bloomberg.

  • Assine a EXAME e acesse as notícias mais importantes em tempo real.
Acompanhe tudo sobre:África do Sulvacina contra coronavírus

Mais de Mundo

Polícia da Zâmbia prende 2 “bruxos” por complô para enfeitiçar presidente do país

Rússia lança mais de 100 drones contra Ucrânia e bombardeia Kherson

Putin promete mais 'destruição na Ucrânia após ataque contra a Rússia

Novo líder da Síria promete que país não exercerá 'interferência negativa' no Líbano