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Bilionário compara perseguição de ricos a dos judeus

Tom Perkins, ícone do capitalismo americano, disse que há um movimento para odiar os ricos porque... eles são ricos - e continuam a enriquecer

Tom Perkins: o bilionário disse que, assim como os judeus na Alemanha nazista, os ricos americanos são perseguidos e odiados (Steve Jennings/Getty Images)

Guilherme Dearo

Publicado em 30 de janeiro de 2014 às 18h52.

São Paulo – A polêmica do momento nos Estados Unidos atende pelo nome de Tom Perkins.

O empresário bilionário de 82 anos, ícone do capitalismo americano, comparou a perseguição dos ricos nos Estados Unidos à perseguição dos judeus durante o nazismo alemão.

Claro, seu comentário logo recebeu uma enxurrada de críticas. E também alguns elogios. A Bloomberg lamentou suas palavras, enquanto o Wall Street Journal tentou defendê-lo.

Tudo começou quando Perkins, fundador da famosa empresa de venture capital Kleiner Perkins Caufield & Byers, respondeu a um editorial publicado no Wall Street Journal.

“Eu chamaria a atenção para o paralelo entre o nazi-fascismo e essa guerra contra os chamados ‘1%’”, escreveu em sua carta enviada ao jornal.

“Do movimento Occupy à demonização dos ricos implícita em cada palavra do nosso jornal, o San Francisco Chronicle, eu percebo que há uma onda crescente de ódio ao sucesso dos ‘1%’”, completou.

O Wall Street Journal saiu em defesa de Perkins. Disse que a comparação foi “infeliz”. Mas concordou que os super ricos são demonizados pela imprensa e pelos liberais.

Além disso, alfinetou a Bloomberg, sua rival, que tinha criticado a fala de Perkins.

O colunista da Bloomberg, Jonathan Bernstein, escreveu que os ricos estão paranoicos ultimamente porque talvez saibam, no fundo, que é estranho que seus rendimentos cresçam justamente nos momentos de recessão e crise mundial.

Depois, em entrevista à própria Bloomberg, o bilionário pareceu ter um pouco de remorso por ter comparado a situação dos ricos americanos com a Kristallnacht e pediu desculpas pelo uso da palavra.

Kristallnacht foi uma noite, em 1938, em que os nazistas, na Alemanha e na Áustria, demoliram milhares de propriedades de judeus, mataram milhares e levaram tantos outros para os campos de concentração.

A mea culpa de Perkins parou por ali e ele continuou a defender sua tese:

“É um absurdo demonizar os ricos pelo fato deles serem ricos e estarem ficando mais ricos ao criar oportunidades para os outros”, argumentou.

Perkins também fez jus à sua descrição feita no WSJ em 2007 – “Ele é rico, ele é vulgar, e ele está orgulhoso disso”.

Aos entrevistadores da Bloomberg, balançou o seu portentoso relógio de pulso e disse que aquele relógio poderia comprar, na verdade, seis Rolex.

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O empresário bilionário de 82 anos, ícone do capitalismo americano, comparou a perseguição dos ricos nos Estados Unidos à perseguição dos judeus durante o nazismo alemão.

Claro, seu comentário logo recebeu uma enxurrada de críticas. E também alguns elogios. A Bloomberg lamentou suas palavras, enquanto o Wall Street Journal tentou defendê-lo.

Tudo começou quando Perkins, fundador da famosa empresa de venture capital Kleiner Perkins Caufield & Byers, respondeu a um editorial publicado no Wall Street Journal.

“Eu chamaria a atenção para o paralelo entre o nazi-fascismo e essa guerra contra os chamados ‘1%’”, escreveu em sua carta enviada ao jornal.

“Do movimento Occupy à demonização dos ricos implícita em cada palavra do nosso jornal, o San Francisco Chronicle, eu percebo que há uma onda crescente de ódio ao sucesso dos ‘1%’”, completou.

O Wall Street Journal saiu em defesa de Perkins. Disse que a comparação foi “infeliz”. Mas concordou que os super ricos são demonizados pela imprensa e pelos liberais.

Além disso, alfinetou a Bloomberg, sua rival, que tinha criticado a fala de Perkins.

O colunista da Bloomberg, Jonathan Bernstein, escreveu que os ricos estão paranoicos ultimamente porque talvez saibam, no fundo, que é estranho que seus rendimentos cresçam justamente nos momentos de recessão e crise mundial.

Depois, em entrevista à própria Bloomberg, o bilionário pareceu ter um pouco de remorso por ter comparado a situação dos ricos americanos com a Kristallnacht e pediu desculpas pelo uso da palavra.

Kristallnacht foi uma noite, em 1938, em que os nazistas, na Alemanha e na Áustria, demoliram milhares de propriedades de judeus, mataram milhares e levaram tantos outros para os campos de concentração.

A mea culpa de Perkins parou por ali e ele continuou a defender sua tese:

“É um absurdo demonizar os ricos pelo fato deles serem ricos e estarem ficando mais ricos ao criar oportunidades para os outros”, argumentou.

Perkins também fez jus à sua descrição feita no WSJ em 2007 – “Ele é rico, ele é vulgar, e ele está orgulhoso disso”.

Aos entrevistadores da Bloomberg, balançou o seu portentoso relógio de pulso e disse que aquele relógio poderia comprar, na verdade, seis Rolex.

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