Mundo

Biden proíbe novas explorações de petróleo e gás em região do Golfo do México e Pacífico

Proibição abrange 253 milhões de hectares de águas, não tem data de expiração e pode ser complexa de revogar

AFP
AFP

Agência de notícias

Publicado em 6 de janeiro de 2025 às 10h08.

Última atualização em 6 de janeiro de 2025 às 10h17.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, proibiu nesta segunda-feira, 6, novas explorações de petróleo e gás em uma vasta área de águas costeiras, semanas antes da posse de Donald Trump, que é favorável ao aumento da produção de combustíveis fósseis.

A proibição abrange toda a costa atlântica e o leste do Golfo do México, as costas do Pacífico ao longo da Califórnia, Oregon e Washington, assim como uma parte do Mar de Bering ao longo do Alasca, disse um comunicado da Casa Branca.

A decisão protege mais de 253 milhões de hectares de águas.

Congresso dos EUA certifica vitória de Trump nesta segunda sob forte segurança

"À medida que a crise climática continua ameaçando as comunidades em todo o país e fazemos a transição para uma economia de energia limpa, é o momento de proteger estas costas para os nossos filhos e netos", disse Biden em comunicado.

"Ao equilibrar os muitos usos e benefícios do oceano dos Estados Unidos, estou certo de que o potencial relativamente mínimo de combustíveis fósseis nas áreas que estou desmantelando não justifica os riscos ambientais, de saúde pública e econômicos que resultariam de novos arrendamentos e perfurações", acrescentou.

A proibição não tem data de expiração e pode ser juridicamente complexa de revogar.

Biden tomou esta medida ao abrigo da Lei de Terras da Plataforma Continental Exterior de 1953, que confere ao governo federal autoridade sobre a exploração dos recursos marítimos.

No entanto, a lei não prevê expressamente que os presidentes revertam unilateralmente a proibição da exploração sem passar pelo Congresso.

Durante a sua campanha, Trump prometeu "desencadear" a produção nacional de combustíveis fósseis com o objetivo de reduzir o custo do gás, apesar de o país já registrar taxas de extração recordes.

Depois que a imprensa americana anunciou a medida na semana passada, a designada como próxima secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, denunciou "uma decisão vergonhosa destinada a se vingar politicamente do povo americano, que deu ao presidente Trump o mandato para aumentar a exploração e reduzir os preços do gás".

As ONGs ambientalistas receberam positivamente a decisão.

"É uma vitória épica para o oceano!", disse Joseph Gordon, diretor de clima e energia da Oceana.

"As nossas preciosas comunidades costeiras agora estão protegidas para as gerações futuras", acrescentou.

A Casa Branca garantiu que com esta decisão "o presidente Biden conservou mais de 670 milhões de acres (253 milhões de hectares) de terras, águas e oceanos dos Estados Unidos, mais do que qualquer presidente na história".

A medida junta-se a uma série de ações políticas climáticas de última hora por parte do governo Biden antes do retorno de Trump à Casa Branca.

Acompanhe tudo sobre:Estados Unidos (EUA)Joe Biden

Mais de Mundo

Blinken diz que EUA têm “plena confiança” na liderança do presidente sul-coreano interino

Homem armado com faca é preso ao tentar entrar no gabinete do premiê da Bélgica

Oposição da Venezuela convoca protestos para véspera da posse de Maduro

Congresso dos EUA certifica vitória de Trump nesta segunda sob forte segurança