Biden: "Se a agressão russa persistir, o custo para Moscou continuará aumentando", disse Biden ante o parlamento ucraniano (Reuters)
Da Redação
Publicado em 8 de dezembro de 2015 às 16h53.
O vice-presidente americano, Joe Biden, pediu, durante sua visita a Kiev nesta terça-feira, que o governo pró-ocidental aproveite a oportunidade histórica de reformar o país, enquanto advertiu a Rússia que cesse suas agressões contra a Ucrânia.
Em um discurso muito esperado ante o Congresso, que durou aproximadamente 40 minutos, Biden estimou que a Ucrânia deve fazer frente ao "desafio histórico e construir, por fim, uma nação ucraniana unida e democrática".
Quase dois anos depois do levantamento pró-europeu de Maidán, que provocou a queda do governo pró-russo do presidente Viktor Ianukovich e logo um conflito armado com os separatistas no leste, o vice-presidente americano reiterou o apoio de seu país à Ucrânia frente a Rússia.
"Se a agressão russa persistir, o custo para Moscou continuará aumentando", disse Biden ante o parlamento ucraniano.
"Os Estados Unidos manterão a pressão até que Moscou cumpra seus compromissos" do plano de paz, disse o americano, cujo país adotou uma série de sanções contra a Rússia por sua implicação no conflito do leste ucraniano, que provocou cerca de 8 mil mortes.
Os acordos de Minsk preveem que a Ucrânia retome o controle de vários territórios na fronteira com a Rússia, das quais aproximadamente 20% estão nas mãos dos separatistas pró-russos, e a retirada de soldados e mercenários estrangeiros.
"Os tanques e os mísseis russos continuam em Donbas" e os separatistas seguem dirigidos por Moscou, acusou Biden.
"Os Estados Unidos não reconhecem e não reconhecerão jamais as tentativas da Rússia de anexar a Crimeia", reiterou o vice-presidente, que na segunda-feira havia afirmado que a península continua pertencendo a Kiev.
Após a anexação da Crimeia, os Estados Unidos e a União Europeia impuseram sanções econômicas à Rússia, que endureceram uma vez que se desatou o conflito armado no leste do país, mas Moscou nega estar apoiando militarmente os rebeldes separatistas.
Biden também convidou as autoridades ucranianas a concretizarem os compromissos contidos nos acordos, especialmente uma reforma constitucional para dar mais autonomia aos terroristas rebeldes.
Estas medidas são polêmicas na Ucrânia e já consideradas uma forma de legalizar de fato os separatistas, o que gera o temor de que causem instabilidade em outras partes do país.