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Biden encontra papa enquanto debate sobre aborto cresce nos EUA

Conservadores da Igreja pressionam Biden por causa de sua posição conflitante na disputa sobre o direito ao aborto

Conservadores da Igreja pressionam Biden por causa de sua posição conflitante na disputa sobre o direito ao aborto (Vatican Media/­Divulgação/Reuters)

Conservadores da Igreja pressionam Biden por causa de sua posição conflitante na disputa sobre o direito ao aborto (Vatican Media/­Divulgação/Reuters)

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Reuters

Publicado em 29 de outubro de 2021 às 12h31.

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, teve uma reunião atipicamente longa com o papa Francisco no Vaticano nesta sexta-feira, em um momento em que o debate nos EUA sobre o apoio do presidente norte-americano, que é católico, ao direito ao aborto ganha força.

O Vaticano disse que a reunião particular durou uma hora e 15 minutos e, após isso, gastaram-se mais 15 minutos para tirar fotos e trocar presentes na presença de outros membros da comitiva, como a esposa de Biden, Jill.

O encontro com os ex-presidentes Donald Trump, em 2017, durou cerca de 30 minutos e com Barack Obama, em 2014, cerca de 50 minutos.

Os comunicados da Casa Branca e do Vaticano não fizeram nenhuma referência direta à questão do aborto.

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A Casa Branca disse que Biden agradeceu ao papa por "sua defesa dos pobres do mundo e daqueles que sofrem com a fome, conflito e perseguição". Biden também elogiou a "liderança do papa na luta contra a crise climática, bem como sua defesa de garantir o fim da pandemia para todos por meio do compartilhamento de vacinas e de uma recuperação econômica global equitativa".

O Vaticano disse que ambos discutiram sobre o "cuidado com o planeta", saúde, pandemia, refugiados, imigrantes e "a proteção dos direitos humanos, incluindo liberdade de religião e consciência".

Biden deu ao papa uma "moeda de comando" às vezes concedida a soldados e líderes e disse a ele: "Você é o guerreiro pela paz mais importante que já conheci".

Citando o que ele disse ser uma tradição ligada à moeda, ele brincou com o papa, dizendo: "Da próxima vez que eu te ver, se você não a tiver, terá que comprar as bebidas (mas) sou o único irlandês que você já conheceu que nunca tomou um drink".

A visita aconteceu sob um esquema de segurança forte, ainda mais intensificado porque a capital italiana se prepara simultaneamente para sediar a cúpula de líderes mundiais do G20 neste final de semana.

Membros da Guarda Suíça com os uniformes tradicionais em vermelho, amarelo e azul e empunhando alabardas deram a Biden e sua esposa, Jill, uma saudação de honra quando eles e a delegação norte-americana chegaram ao pátio San Damaso do Palácio Apostólico. A bandeira dos EUA estava hasteada na sacada central.

O encontro entre o primeiro papa latino-americano e o segundo presidente católico da história dos EUA ocorre em meio a um debate feroz na Igreja norte-americana, cujos conservadores pressionam Biden por causa de sua posição conflitante na disputa sobre o direito ao aborto.

O presidente, que vai à missa semanalmente e mantém uma foto do papa atrás de sua mesa no Salão Oval, disse que se opõe pessoalmente ao aborto, mas não pode impor suas opiniões como líder eleito.

Os críticos mais fervorosos de Biden na hierarquia da Igreja norte-americana têm dito que ele deveria ser proibido de receber a comunhão, o sacramento central da fé católica, e reforçaram isso antes da reunião de Biden com o papa.

"Caro papa Francisco, você afirmou ousadamente que o aborto é 'assassinato'. Por favor, questione o presidente Biden sobre esta questão crítica. Seu apoio persistente ao aborto é um constrangimento para a Igreja e um escândalo para o mundo", tuitou o bispo Thomas Tobin de Providence, Rhode Island.

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