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Biden chama Trump de ameaça à democracia no 1º ano do ataque ao Capitólio

Biden disse que os manifestantes que invadiram o local e as pessoas que os incitaram empunharam "um punhal na garganta" da nação

EUA: Biden responsabilizou seu antecessor pelo ataque ao Congresso, que ele considera uma "insurreição", por não conseguir aceitar que perdeu a eleição (MICHAEL REYNOLDS/POOL/AFP/Getty Images)

EUA: Biden responsabilizou seu antecessor pelo ataque ao Congresso, que ele considera uma "insurreição", por não conseguir aceitar que perdeu a eleição (MICHAEL REYNOLDS/POOL/AFP/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 6 de janeiro de 2022 às 12h34.

No primeiro aniversário dos eventos que culminaram na invasão do Congresso americano por apoiadores do ex-presidente Donald Trump, o atual presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, chamou o seu antecessor de "perdedor" e "mentiroso" e o acusou de representar uma ameaça contínua à democracia.

Em discurso no edifício do Capitólio, sede do Legislativo dos EUA em Washington, Biden disse que os manifestantes que invadiram o local e as pessoas que os incitaram empunharam "um punhal na garganta" da nação. Para ele, os EUA precisam decidir que tipo de país desejam ser.

"Seremos uma nação que aceita a violência política como norma? Seremos uma nação onde permitiremos que os funcionários eleitorais partidários derrubem a vontade legalmente expressa do povo?", questionou. "Seremos uma nação que vive não à luz da verdade, mas à sombra das mentiras?", acrescentou.

O democrata buscou apresentar a situação como uma espécie de referendo sobre o sistema democrático. Na visão dele, governos como os de China e Rússia apostam no fim da democracia americana. Biden reiterou compromisso com a defesa das instituições. "Aqui nos EUA, o povo comanda através das urnas", destacou.

Durante boa parte do pronunciamento, o presidente criticou Trump o acusou de construir uma "rede de mentiras" sobre o sistema eleitoral e acrescentou que o republicano "valoriza o poder sobre princípios". Biden responsabilizou seu antecessor pelo ataque ao Congresso, que ele considera uma "insurreição", por não conseguir aceitar que perdeu a eleição.

"Pela primeira vez na história, um presidente não só perdeu uma eleição, mas também tentou impedir a pacífica transferência de poder", comentou. Para ele, o ex-presidente está distante dos valores americanos. "Estamos numa batalha pela alma dessa nação" disse.

Invasão há um ano

Há um ano, um grupo de apoiadores de Trump invadiu o prédio que sedia o Congresso americano com objetivo de interromper a sessão que certificaria a vitória de Biden nas eleições de novembro de 2020. Momentos antes, o líder republicano havia realizado um discurso público em que, sem provas, repetiu acusações de fraude no pleito.

Os eventos levaram a Câmara dos Representantes a aprovar o impeachment de Trump, que se tornou o primeiro presidente da história dos EUA a ser alvo do processo duas vezes. O Senado, no entanto, absolveu o político.

Ao longo dos últimos meses, democratas lideraram uma série de audiências na Câmara para investigar o episódio. Os republicanos dizem que os esforços representam uma tentativa do partido governista de politizar um evento trágico. Um policial morreu durante o ataque e pelo menos 140 ficaram feridos.

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