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Berlusconi propõe reforma eleitoral na Itália baseada na França

A finalidade da reforma seria incentivar a eleição do presidente da República de modo direto pelos cidadãos, seguindo o modelo francês

O ex-premiê italiano não descartou ser candidato nas próximas eleições: "não é uma ambição pessoal minha, mas há responsabilidades que não podem ser ignoradas" (Getty Images)

O ex-premiê italiano não descartou ser candidato nas próximas eleições: "não é uma ambição pessoal minha, mas há responsabilidades que não podem ser ignoradas" (Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 25 de maio de 2012 às 09h41.

Roma - O ex-primeiro-ministro da Itália Silvio Berlusconi lançou nesta sexta-feira, como líder do partido político majoritário no Parlamento, uma proposta de mudar o modelo constitucional da Itália, incentivando a eleição do presidente da República de modo direto pelos cidadãos, seguindo o modelo francês.

Acompanhado pelo secretário político de seu partido e ex-ministro de Justiça, Angelino Alfano, Berlusconi falou em entrevista coletiva sobre a necessidade dessa reforma constitucional para evitar na Itália um cenário 'ingovernável', vivida pela Grécia depois dos resultados das últimas eleições.

'É uma forma de aprofundar a possibilidade dos cidadãos de decidirem a partir do voto o presidente da República. Há poucos dias houve eleições na França e na Grécia e temos que pensar se queremos estar na situação de Atenas, ingovernável, ou de Paris', disse.

O ex-primeiro-ministro da Itália ainda explicou que a proposta será levada ao Senado através de uma emenda à reforma institucional que começará a ser debatida no plenário na próxima semana. Se for aprovada a mudança, o novo chefe do Estado poderá ser votado ao fim do mandato do atual presidente, Giorgio Napolitano em 2013.

'Por que não aproveitar estas três coincidências: o fim da legislatura (em 2013), o término do mandato de um excelente presidente da República e o fato de na próxima semana o plenário do Senado começará a debater uma reforma constitucional? A reposta é óbvia', disse Berlusconi.

O político, empresário e presidente do partido Povo da Liberdade (PDL) apostou em uma eleição do chefe de Estado em dois turnos, após serem realizadas primárias para escolher os candidatos. Berlusconi também não descartou ser um deles, atendendo ao pedido da sua formação, muito castigada nas eleições municipais passadas.

'Não é uma ambição pessoal minha, mas há responsabilidades que não podem ser ignoradas. Devo seguir em um partido sólido, compacto, indissolúvel e seguirei na política como presidente do Povo da Liberdade', indicou.

Berlusconi, que renunciou em novembro do ano passado em meio a uma falta de confiança nos mercados sobre a situação financeira da Itália, também garantiu que, com as primárias, os cidadãos poderão decidir sobre os conteúdos do programa e tirar o país 'da impossibilidade de governar com eficácia em uma situação de crise'.

Na mesma linha, o ex-ministro de Justiça afirmou que chegou o momento de fundar a Terceira República italiana.

O PDL, partido que ganhou as últimas eleições legislativas em 2008 e que esteve no Governo até a chegada de Mario Monti em novembro, está disposto a aderir a reformar eleitoral se os outros partidos também aceitarem. EFE

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