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Berlusconi é investigado por incitação à prostituição de menores

Primeiro-ministro italiano foi notificado que deverá se apresentar à Justiça para prestar depoimento

Berlusconi havia pedido a libertação de uma menor que compareceu a festas do político (Sean Gallup/GETTY IMAGES)
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Da Redação

Publicado em 21 de fevereiro de 2011 às 14h48.

Roma - O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, está sendo investigado pela Justiça de Milão por suposta incitação à prostituição de menores e concussão no caso Ruby R., a jovem marroquina que quando era menor de idade compareceu a festas privadas do político.

Segundo informou nesta sexta-feira em comunicado a Promotoria de Milão, que investiga os fatos ocorridos entre fevereiro e maio de 2010, o nome do governante foi incluído no dia 21 de dezembro entre os investigados e Berlusconi foi notificado na sexta-feira que deve se apresentar à Justiça para depor.

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Em virtude do caso, nesta sexta-feira a Polícia italiana deu início a uma revista no escritório da conselheira regional Nicole Minetti, próxima a Berlusconi e investigada por incitação à prostituição no mesmo processo.

A Polícia, que apreendeu dois computadores de Nicole, também inspecionou, segundo o jornal "Corriere della Sera", o escritório de Giuseppe Spinelli, homem de confiança de Berlusconi que cuidava dos assuntos relativos à família do primeiro-ministro.

A hipótese de crime de concussão (coerção exercida por funcionário público) está centrada no telefonema feito por Berlusconi em 27 de maio para uma delegacia determinando que libertassem Ruby R., que tinha então 17 anos e à qual conhecia supostamente por tê-la convidado a alguns jantares em sua residência de Arcore, nos arredores de Milão.

"Segundo as acusações, com o objetivo de ocultar que havia sido cliente de uma prostituta menor de idade em inúmeros fins-de-semana em Arcore, assegurar a impunidade por este crime e evitar que fossem divulgados os segredos das festas de sua residência de Brianza", Berlusconi abusou do poder conferido por seu cargo de primeiro-ministro, afirma o "Corriere della Sera".

O chefe do Executivo "pode ter abusado de sua qualidade de primeiro-ministro para induzir os funcionários da delegacia de Milão a entregar indevidamente a marroquina Karima 'Ruby' El Mahroug, então com 17 anos e foragida de um centro para menores, à conselheira regional Nicole Minetti", prossegue o jornal.

Segundo o "Corriere", o crime de concussão implica em penas na Itália de entre 4 e 12 anos de prisão, enquanto o agravante de prostituição de menores de idade acarreta em entre 6 meses e 3 anos de detenção.

Em comunicado à imprensa divulgado pouco após a publicação da notícia, Daniele Capezzone, porta-voz do partido de Berlusconi, o Povo da Liberdade (PDL), define o assunto como um "roteiro habitual, feito com notícias e acusações inverossímeis".

Em nota divulgada nesta sexta-feira, os advogados do governante, Piero Longo e Niccolò Ghedini, definem a investigação como "absurda e infundada" e uma "intromissão na vida privada" de Berlusconi.

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