Enquanto estava em Cannes, Berlusconi perdeu o apoio de dois deputados até então aliados (Giorgio Cosulich/Getty Images)
Da Redação
Publicado em 5 de novembro de 2011 às 11h03.
Roma - O primeiro-ministro da Itália, Silvio Berlusconi, tem 72 horas para comprovar se possui apoio da maioria parlamentar, depois das últimas deserções do partido governista Povo da Liberdade (PdL) e diante da votação da próxima terça-feira, informa neste sábado a imprensa local.
Berlusconi foi informado nesta sexta-feira à noite, após voltar de Cannes (França) da Cúpula do G20, que, neste momento, não teria mais apoio da maioria na Câmara dos Deputados.
Segundo a imprensa italiana, o secretário-geral do PdL, Angelino Alfano, o coordenador nacional do partido, Denis Verdini, e o subsecretário da Presidência do Governo, Gianni Letta, foram durante a noite à residência romana de Berlusconi para indicar que os deputados da coalizão governamental se reduziram a 306.
Berlusconi, segundo a imprensa italiana, pediu 72 horas para comprovar se conta com o número de deputados favoráveis para seguir governando e, em caso negativo, buscar novos aliados, embora durante a Cúpula do G20 tenha reiterado que tinha a maioria e que seu Governo não cairia.
Enquanto estava em Cannes, Berlusconi perdeu o apoio de dois deputados até então aliados: Alessio Bonciani e Ida D'Ippolito, que passaram a fazer parte do grupo da União de Democratas-Cristãos de Centro (UDC).
A eles se soma o deputado Roberto Antonione, que anunciou sua intenção de deixar o PdL e garantiu que não irá mais votar a favor uma hipotética questão de confiança ao Governo.
Esses parlamentares ameaçam retirar sua confiança ao atual Executivo se não forem realizadas as reformas necessárias para lutar contra a crise.
Dessa maneira, segundo os últimos dados, Berlusconi conta com 219 deputados, aos quais se deve somar os 59 da Liga Norte e os 28 do Povo e Território, para chegar até o nível de 306 parlamentares seguros que apoiam o Governo, frente a uma maioria absoluta de 316.
Esses números não bastariam para conseguir aprovar na próxima terça-feira na Câmara dos Deputados o novo texto sobre as contas do Estado de 2010.