Mundo

Berlim diz que cooperação com espionagem dos EUA é normal

Troca de informações entre serviços secretos alemães e americanos é "habitual" e existe há décadas, afirmou porta-voz


	O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert: declarações ocorrem após acusações da oposição de que governo teria "violado" o mandato de proteger os direitos dos alemães
 (Johannes Eisele/AFP)

O porta-voz do governo alemão, Steffen Seibert: declarações ocorrem após acusações da oposição de que governo teria "violado" o mandato de proteger os direitos dos alemães (Johannes Eisele/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 15 de julho de 2013 às 10h24.

Berlim - O governo da Alemanha classificou nesta segunda-feira como "normal" o fato de seus serviços secretos cooperarem "pontualmente" com os dos Estados Unidos, após a enxurrada de críticas da oposição pela suposta conivência do governo com o programa de espionagem PRISM.

Este tipo de cooperação é "habitual", existe há décadas entre países aliados, afirmou hoje o porta-voz do governo, Steffen Seibert, em relação às informações divulgadas no jornal "Bild" sobre a troca sistemática de informações entre as agências dos dois países.

Seibert lembrou que o governo não divulga nem vai fornecer "detalhes operacionais sobre as atividades dos serviços secretos", já que isso é competência dos órgãos de controle parlamentar e sob estritas condições de confidencialidade.

Em relação às supostas ações de espionagem em massa dos EUA a instituições da UE, cidadãos e governos, o porta-voz disse que esse tema ainda será analisado "com profundidade", o que significa que passará por um longo processo de avaliação.

As declarações de Seibert ocorreram depois das acusações da oposição de que a chanceler Angela Merkel teria "violado" o mandato de proteger os direitos de seus concidadãos, conforme afirmou na semana passada.

A essas críticas se somam as dirigidas contra o ministro do Interior, Hans-Peter Friedrich, que na próxima terça-feira deverá comparecer perante o órgão de controle parlamentar para explicar os resultados das conversas mantidas em sua recente viagem a Washington para esclarecer o assunto da espionagem dos EUA.


Segundo o "Bild", os serviços secretos alemães do exterior (BND) - um departamento coordenado diretamente pela Chancelaria - conheciam há anos a capacidade de seus colegas americanos para interceptar comunicações no mundo todo e recorreram a eles em várias ocasiões.

A revelação, que cita fontes do governo dos EUA, contradiz as declarações do Executivo alemão até o momento, que tinha negado o conhecimento do programa "PRISM" americano, denunciado publicamente pelo ex-técnico da CIA Edward Snowden.

O tabloide afirmou que o BND solicitou ajuda à Agência de Segurança Nacional (NSA) americana quando cidadãos alemães eram sequestrados no Afeganistão e Iêmen, entre outros lugares.

Com essas solicitações aos colegas americanos, o BND tinha acesso aos metadados das últimas ligações telefônicas e dos últimos e-mails dos sequestrados.

Acompanhe tudo sobre:AlemanhaEspionagemEstados Unidos (EUA)EuropaPaíses ricosPrism

Mais de Mundo

Israel reconhece que matou líder do Hamas em julho, no Irã

ONU denuncia roubo de 23 caminhões com ajuda humanitária em Gaza após bombardeio de Israel

Governo de Biden abre investigação sobre estratégia da China para dominar indústria de chips

Biden muda sentenças de 37 condenados à morte para penas de prisão perpétua