Exame Logo

Bento XVI pede exercício das 'liberdades fundamentais' em Cuba

Antes de partir, o Papa destacou novamente a necessidade de Cuba "edificar uma sociedade renovada e reconciliada, com horitontes amplos"

Em seu caminho para embarcar no helicóptero que o levou ao aeroporto, o papa foi novamente cumprimentado por milhares de fiéis (©AFP / Osservatore Romano)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de março de 2012 às 21h26.

Havana - O Papa Bento XVI pediu, nesta quarta-feira, em Havana, que as autoridades cubanas concedam o pleno exercício das "liberdades fundamentais" aos cubanos, ao mesmo tempo em que condenou as "medidas econômicas restritivas", impostas pelo embargo americano, que penalizam o povo da ilha.

Durante cerimônia de despedida, no aeroporto, na presença do presidente Raul Castro, antes de partir em direção a Roma, o Papa destacou novamente a necessidade de Cuba "edificar uma sociedade renovada e reconciliada, com horitontes amplos".

"Que ninguém se veja impedido de participar desta tarefa apaixonante por uma limitação de suas liberdades fundamentais", insistiu.

Antes, num discurso breve, o presidente cubano Raul Castro felicitou-se pela visita que, segundo ele, "desenvolveu-se num contexto de compreensão mútua".

"Cuba sempre teve como principal objetivo a dignidade plena do homem", afirmou Raul Castro, lembrando que "ela se constrói não apenas sobre bases materiais, mas sobre valores espirituais tais como a generosidade, a solidariedade, o sentimento de justiça, o altruísmo e o respeito mútuo".

O Papa também afirmou que "as medidas econômicas restritivas, impostas do exterior ao país, pesam negativamente sobre a população" cubana, em referência ao embargo de Washington a Cuba, em vigor há meio século.


"O momento atual está a exigir de forma 'premente que, na coabitação humana, nacional e internacional, sejam erradicadas posições inamovíveis e pontos de vista unilaterais que tendem a tornar mais árduo o entendimento, e ineficaz o esforço de colaboração", observou o Papa, num apelo indireto aos Estados Unidos e a Cuba ao diálogo, fazendo evoluir suas atitudes radicais.

"As eventuais divergências e os problemas devem ser resolvidos com a busca infatigável de um diálogo paciente e sincero, na compreensão recíproca e numa verdadeira vontade de ouvir, que aceite objetivos portadores de novas esperanças", considerou.

O Papa também evocou a questão da educação e da liberdade: "o respeito e a cultura da liberdade (...) são imprescindíveis para responder de forma adequada às exigências fundamentais da dignidade, e para construir, assim, uma sociedade onde cada um se considera um protagonista indispensável pelo futuro de sua vida, de sua família e da pátria", disse Joseph Ratzinger numa crítica ao dirigismo e à ausência de iniciativas pessoais, comuns aos sitemas comunistas.

"Cuba, faça reviver a fé de seus ancestrais, tirando dela a força para construir um futuro melhor", lançou o Papa ao final de seu discurso de despedida.

Ainda no Aeroporto de Havana, o presidente Raúl Castro revelou que "sua Santidade e eu encontramos muitas e profundas coincidências, mas não pensamos o mesmo sobre todas as questões, o que é natural".

O povo cubano acolheu o Papa "com sentimentos de respeito e afeto e sua visita ocorreu em um ambiente de mútua compreensão". "Seu encontro com os cubanos lhe deu a oportunidade de nos conhecer melhor e constatar a justiça dos nossos propósitos".

Raúl Castro assinalou que por ocasião da visita "reconhecemos a contribuição patriótica da emigração cubana", desde as lutas pela independência "até os que combatem hoje quem ataca Cuba e manipula o tema migratório com finalidades políticas", em referência à política dos Estados Unidos sobre a Ilha.

"Temos realizado prolongados esforços para a normalização plena das relações de Cuba com sua emigração (...) e persistiremos nisto", disse Raúl Castro sobre os mais de dois milhões de cubanos que vivem no exterior, 80% deles nos Estados Unidos..

Veja também

Havana - O Papa Bento XVI pediu, nesta quarta-feira, em Havana, que as autoridades cubanas concedam o pleno exercício das "liberdades fundamentais" aos cubanos, ao mesmo tempo em que condenou as "medidas econômicas restritivas", impostas pelo embargo americano, que penalizam o povo da ilha.

Durante cerimônia de despedida, no aeroporto, na presença do presidente Raul Castro, antes de partir em direção a Roma, o Papa destacou novamente a necessidade de Cuba "edificar uma sociedade renovada e reconciliada, com horitontes amplos".

"Que ninguém se veja impedido de participar desta tarefa apaixonante por uma limitação de suas liberdades fundamentais", insistiu.

Antes, num discurso breve, o presidente cubano Raul Castro felicitou-se pela visita que, segundo ele, "desenvolveu-se num contexto de compreensão mútua".

"Cuba sempre teve como principal objetivo a dignidade plena do homem", afirmou Raul Castro, lembrando que "ela se constrói não apenas sobre bases materiais, mas sobre valores espirituais tais como a generosidade, a solidariedade, o sentimento de justiça, o altruísmo e o respeito mútuo".

O Papa também afirmou que "as medidas econômicas restritivas, impostas do exterior ao país, pesam negativamente sobre a população" cubana, em referência ao embargo de Washington a Cuba, em vigor há meio século.


"O momento atual está a exigir de forma 'premente que, na coabitação humana, nacional e internacional, sejam erradicadas posições inamovíveis e pontos de vista unilaterais que tendem a tornar mais árduo o entendimento, e ineficaz o esforço de colaboração", observou o Papa, num apelo indireto aos Estados Unidos e a Cuba ao diálogo, fazendo evoluir suas atitudes radicais.

"As eventuais divergências e os problemas devem ser resolvidos com a busca infatigável de um diálogo paciente e sincero, na compreensão recíproca e numa verdadeira vontade de ouvir, que aceite objetivos portadores de novas esperanças", considerou.

O Papa também evocou a questão da educação e da liberdade: "o respeito e a cultura da liberdade (...) são imprescindíveis para responder de forma adequada às exigências fundamentais da dignidade, e para construir, assim, uma sociedade onde cada um se considera um protagonista indispensável pelo futuro de sua vida, de sua família e da pátria", disse Joseph Ratzinger numa crítica ao dirigismo e à ausência de iniciativas pessoais, comuns aos sitemas comunistas.

"Cuba, faça reviver a fé de seus ancestrais, tirando dela a força para construir um futuro melhor", lançou o Papa ao final de seu discurso de despedida.

Ainda no Aeroporto de Havana, o presidente Raúl Castro revelou que "sua Santidade e eu encontramos muitas e profundas coincidências, mas não pensamos o mesmo sobre todas as questões, o que é natural".

O povo cubano acolheu o Papa "com sentimentos de respeito e afeto e sua visita ocorreu em um ambiente de mútua compreensão". "Seu encontro com os cubanos lhe deu a oportunidade de nos conhecer melhor e constatar a justiça dos nossos propósitos".

Raúl Castro assinalou que por ocasião da visita "reconhecemos a contribuição patriótica da emigração cubana", desde as lutas pela independência "até os que combatem hoje quem ataca Cuba e manipula o tema migratório com finalidades políticas", em referência à política dos Estados Unidos sobre a Ilha.

"Temos realizado prolongados esforços para a normalização plena das relações de Cuba com sua emigração (...) e persistiremos nisto", disse Raúl Castro sobre os mais de dois milhões de cubanos que vivem no exterior, 80% deles nos Estados Unidos..

Acompanhe tudo sobre:América LatinaCubaIgreja CatólicaReligião

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Mundo

Mais na Exame