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Bento 16 diz que viverá "escondido do mundo" após papado

Papa seguirá sua vida em oração "escondido do mundo", disse ele em seu primeiro comentário pessoal sobre seus planos


	Bento XVI: "Mesmo me retirando para oração, eu vou sempre estar perto de todos vocês e tenho certeza de que vocês vão estar perto de mim, mesmo se eu ficar escondido para o mundo"
 (REUTERS/Stefano Rellandin)

Bento XVI: "Mesmo me retirando para oração, eu vou sempre estar perto de todos vocês e tenho certeza de que vocês vão estar perto de mim, mesmo se eu ficar escondido para o mundo" (REUTERS/Stefano Rellandin)

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Da Redação

Publicado em 14 de fevereiro de 2013 às 12h07.

Cidade do Vaticano - O papa Bento 16 seguirá sua vida em oração "escondido do mundo", disse ele nesta quinta-feira, em seu primeiro comentário pessoal sobre seus planos desde que surpreendeu os católicos ao anunciar sua aposentadoria.

Seus comentários, em uma voz que às vezes saía rouca, seguiram o aviso de renúncia de segunda-feira que falaram de "uma vida dedicada à oração" --o Vaticano disse que o alemão de 85 anos vai viver dentro de seus muros. Sua reclusão pode acalmar as preocupações de que o primeiro ex-papa vivo em séculos poderia perturbar a unidade da Igreja.

Falando a milhares de sacerdotes da diocese de Roma, no que acabou por ser um discurso de despedida na sua qualidade de bispo da capital italiana, Bento 16 delineou uma vida de clausura adiante, assim que deixar o posto em duas semanas.

"Mesmo me retirando para oração, eu vou sempre estar perto de todos vocês e tenho certeza de que vocês vão estar perto de mim, mesmo se eu ficar escondido para o mundo", disse ele.

Depois de 28 de fevereiro, quando ele se tornará o primeiro pontífice em centenas de anos a renunciar ao invés de liderar até o fim da vida, Bento 16 vai primeiro para o retiro de verão papal em Castel Gandolfo, ao sul de Roma, e em seguida se mudará definitivamente para o convento de quatro andares Mater Ecclesiae, nos jardins atrás da Basílica de São Pedro.

O Vaticano já afirmou que ele não irá influenciar a eleição de seu sucessor, que acontecerá em um conclave secreto que deve começar entre 15 e 20 de março na Capela Sistina.

Mas seus comentários para seus sacerdotes na reunião emotiva no salão de audiências moderno do Vaticano foram a primeira vez que o papa havia falado especificamente em público sobre como ele vai gastar seu tempo após a sua renúncia.


O Vaticano disse que especialistas ainda não decidiram qual será o título dele ou se ele vai usar o branco de um papa, o vermelho de um cardeal ou o preto de um sacerdote comum.

"Na minha opinião, assim que ele renunciar, deve deixar de lado a batina branca e colocar as vestes de um cardeal", disse o padre Thomas Reese, membro do Woodstock Theological Center, em Georgetown University, e autor de livros sobre o Vaticano.

"Ele... deve ser chamado de cardeal Joseph Ratzinger", acrescentou Reese.

O encontro desta quinta-feira com sacerdotes foi o mais recente evento no que se tornou um longo e lento adeus ao homem que liderou a Igreja Católica Romana de 1,2 bilhão de fieis por oito anos.

Na noite de quarta-feira, ele presidiu a Missa de Quarta-feira de Cinzas, que foi transferida para a Basílica de São Pedro, de seu local original, em Roma. Uma multidão deu-lhe uma ovação estrondosa em sua última missa pública. Na homilia, ele disse que a Igreja tinha sido, por vezes, "desfigurada" por escândalos, divisões e rivalidades.

O papado de Bento 16 foi sacudido por crises sobre o abuso sexual de crianças por padres na Europa e nos Estados Unidos, sendo a maioria deles de antes de seu papado, mas que vieram à tona durante seu comando.

Seu reinado também sofreu a ira muçulmana depois que ele comparou o Islã à violência. Judeus ficaram chateados com a reabilitação de um negador do Holocausto. Durante um escândalo sobre relações de negócios da Igreja, seu mordomo foi acusado de vazar documentos privados.

O Vaticano disse que 117 cardeais serão elegíveis para entrar no conclave de março para escolher o sucessor de Bento 16. Cardeais perdem o direito de eleger um novo papa se completarem 80 anos antes da Sé de São Pedro tornar-se vacante, como ocorrerá em 28 de fevereiro.

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