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Bélgica inicia o seu maior julgamento de extremistas

Promotores acusaram 46 integrantes do grupo Sharia4Belgium de pertencerem a uma organização terrorista

Jejoen Bontinck, que é suspeito de fazer parte do grupo "Sharia4Belgium", chega para o julgamento do grupo em Antuérpia, na Bélgica (Yves Herman/Reuters)

Jejoen Bontinck, que é suspeito de fazer parte do grupo "Sharia4Belgium", chega para o julgamento do grupo em Antuérpia, na Bélgica (Yves Herman/Reuters)

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Da Redação

Publicado em 29 de setembro de 2014 às 16h52.

Antuérpia - Promotores belgas acusaram 46 integrantes do grupo islâmico Sharia4Belgium (Sharia para a Bélgica) nesta segunda-feira de pertencerem a uma organização terrorista e fazerem lavagem cerebral em jovens do país para que participem de uma guerra santa na Síria.

Só oito dos acusados estavam presentes no tribunal fortemente protegido na cidade portuária de Antuérpia, no norte da Bélgica. Acredita-se que os outros estejam em território sírio.

O maior julgamento de extremistas islâmicos da história belga ressalta sua condição de terreno fértil para o recrutamento de militantes. Cerca de 300 combatentes na Síria saíram da Bélgica, o maior índice per capita entre países ocidentais europeus, de acordo com o Centro Internacional de Estudos da Radicalização.

Os promotores disseram que o grupo era liderado por Fouad Belkacem, de 32 anos, o porta-voz do Sharia4Belgium, uma organização salafista já desfeita que queria a adoção da sharia (interpretação rígida da lei islâmica) na Bélgica.

Embora não tenha lutado na Síria, ao contrário da maioria dos réus, ele era o principal incentivador do grupo, segundo os promotores.

"As palavras de Belkacem só podem ser interpretadas como um chamado à violência e à jihad", afirmou a promotora Ann Fransen, listando uma longa série de discursos e vídeos nos quais ele iguala a jihad militar a orações e jejuns.

Os promotores detalharam como os membros do Sharia4Belgium abordavam os jovens do sexo masculino, e algumas adolescentes, nas ruas de Antuérpia e Vilvoorde, ao norte de Bruxelas, convidando-os a seu centro em Antuérpia para serem doutrinados e preparados para viajar à Síria, onde se juntavam a organizações como a Jabhat al-Nusra, inspirada na Al Qaeda, e em outras que mais tarde se fundiram no Estado Islâmico.

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