Onda de calor no Iraque: pais colocam bebês na geladeira (AHMAD AL-RUBAYE/AFP via Getty Images/Getty Images)
Carla Aranha
Publicado em 29 de junho de 2022 às 17h45.
Última atualização em 29 de junho de 2022 às 17h53.
Aconteceu de novo. À medida que as mudanças climáticas se tornam mais evidentes, o Iraque e outros países do Oriente Médio permanecem mais expostos ao fenômeno, com temperaturas extremas no verão. Uma projeção do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia estima que o número de dias em que as temperaturas na capital Bagdá atingem mais de 48 graus Celsius passará de cerca de 14 por ano para mais de 40 nas próximas duas décadas.
O estudo prevê que a capital iraquiana, que já está enfrentando ondas de calor mais longas a cada verão, será um dos lugares mais atingidos pelo aquecimento global. E isso já está acontecendo.
Durante os meses de verão, a prefeitura de Bagdá e de cidades ao sul do país passaram a declarar "feriados de calor", pedindo que os moradores fiquem em casa.
Algumas regiões do globo têm experimentando o aquecimento global de forma mais intensa. É o caso de paises que compreendem regiões desérticas, como o Iraque. "As pessoas tendem a pensar na mudança climática como algo que vai acontecer a partir de 2030. Não, já está em andamento", analisa Florence Gaub, vice-diretora do Instituto de Estudos de Segurança da União Europeia.
No ano passado, diante de ondas de calor inéditas, algumas famílias iraquianas decidiram colocar os bebês na geladeira por algus minutos. O pior, como de costume, foi vivido em Basra, única cidade litorânea do país, onde a sensação térmica tem sido multiplicada pela umidade. A prefeitura local chegou a decretar quatro feriados em uma única semana para evitar que os moradores saíssem de casa.
Muitas famílias decidiram colocar as crianças dormindo no chão para que elas tivessem um pouco mais de conforto térmico.
Invadido pelos Estados Unidos em 2003, o Iraque nunca recurepou totalmente sua infraestrutura. As perdas de energia elétrica chegam a 40% e muitos consumidores fazem uso de geradores, a custos elevados, para ter acesso ao ar-condicionado durante meses de verão. Como no Brasil, há muitas conexões ilegais.
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