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BCE mantém taxas de juros em 1%, apesar da inflação

Facilidade marginal de crédito também se manteve inalterada

Trichet, presidente do BCE: impasse do órgão é permitir crescimento na UE ao mesmo tempo em que controla a inflação (Ralph Orlowski/Getty Images)

Trichet, presidente do BCE: impasse do órgão é permitir crescimento na UE ao mesmo tempo em que controla a inflação (Ralph Orlowski/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 3 de março de 2011 às 11h39.

Frankfurt, Alemanha - O Conselho do Banco Central Europeu (BCE) manteve nesta quinta-feira os juros básicos na zona do euro em 1%, apesar das pressões sobre os preços pelo forte aumento do petróleo.

A instituição europeia informou em Frankfurt que também deixou inalterada a facilidade marginal de crédito, pela qual empresta dinheiro aos bancos, em 1,75%.

Por sua vez, o BCE manteve a facilidade de depósito, que remunera os depósitos overnight nos bancos centrais, em 0,25%.

O BCE se encontra atualmente em uma difícil situação, já que deve enfrentar a inflação, seu principal atributo, mas ao mesmo tempo não pode dificultar o crescimento econômico dos países da zona do euro, que quase não crescem.

O objetivo da instituição é manter a inflação em taxas inferiores, embora próximas a 2% a médio prazo.

O barril de petróleo Brent, de referência na Europa, estava cotado nesta quinta-feira a quase US$ 115 em Londres.

Além disso, o forte encarecimento dos alimentos também cria pressões para a alta dos preços.

O índice de preços dos alimentos da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) bateu o recorde dos últimos 20 anos em fevereiro ao se situar em uma média de 236 pontos, um recorde histórico tanto em termos reais quanto nominais.

Para frear a inflação, a entidade monetária deveria subir as taxas de juros, mas desta forma comprometeria o crescimento econômico de países como a Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha.

Entre o começo de outubro de 2008 e maio de 2009, o BCE reduziu sua taxa reitora em 3,25 pontos percentuais para estimular o crescimento econômico da zona do euro, que sofreu a pior recessão desde a Segunda Guerra Mundial.

Além de manter a taxa de juros em um nível historicamente baixo, o BCE concede aos bancos toda a liquidez que necessitam e compra dívida pública dos países da zona do euro.

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