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Barrada em reunião do Mercosul, Venezuela denuncia golpe

O coordenador nacional da Venezuela no Mercosul ficou hoje na porta do edifício depois de ter a entrada barrada em uma reunião

Venezuela: para Constant, o incidente representa um "desacato" às normas do bloco (Ueslei Marcelino/Reuters)
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EFE

Publicado em 13 de dezembro de 2016 às 16h16.

Buenos Aires - O coordenador nacional da Venezuela no Mercosul, Héctor Constant, classificou como um "golpe à institucionalidade" o fato de o país ter sido proibido de participar das reuniões do bloco que serão realizadas nesta semana em Buenos Aires e afirmou que todas as decisões tomadas serão nulas.

"Nos preocupa e nos inquieta que estejam dando um novo golpe à inconstitucionalidade do Mercosul com medidas que obviamente não contribuem nem com a integração regional nem para solucionar qualquer diferença que possa existir", afirmou o diplomata venezuelano em entrevista realizada em frente ao Palácio San Martín.

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Constant ficou hoje na porta do edifício, sede do Ministério das Relações Exteriores e Culto da Argentina, depois de ter a entrada barrada em uma reunião dos coordenadores nacionais do Grupo do Mercado Comum.

Foi a segunda vez que isso ocorreu. Ontem, ele também não pôde participar de um encontro da equipe técnica do bloco.

Toda a polêmica ocorre na véspera da IX Reunião Extraordinária do Conselho do Mercado Comum, na qual os chanceleres do bloco começarão a debater o plano de ação do primeiro semestre de 2017, período em que a Argentina exercerá a presidência rotativa do Mercosul.

No último dia 2 de dezembro, os países fundadores do Mercosul - Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai - decidiram suspender a Venezuela do bloco pelo governo do presidente Nicolás Maduro ter descumprido o protocolo de adesão.

A Venezuela rejeitou o anúncio e, após afirmar que a decisão é ilegal, afirmou que seguirá exercendo a presidência pró-tempore.

Apesar de o país não poder participar do encontro de amanhã por causa da suspensão, a ministra de Relações Exteriores da Venezuela, Delcy Rodríguez, disse que estaria presente para levar uma "mensagem de integração" aos demais membros do bloco.

O chanceler do Paraguai, Eladio Loizaga, no entanto, disse a jornalistas em Assunção que o governo venezuelano não foi convidado.

Constant reiterou que continuará tentando fazer parte das discussões porque sem a presença da Venezuela qualquer decisão tomada pelos outros quatro países do bloco será nula.

"A Venezuela está aqui buscando o diálogo necessário e lamenta que se tenha permitido a entrada da delegação nacional. Isso se põe como um impedimento novo ao processo de normalização institucional do Mercosul", indicou o diplomata venezuelano.

Para Constant, o incidente representa um "desacato" às normas do bloco que vive um momento de "paralisação" devido à existência de duas frentes, uma delas, de integração, formada pela Venezuela e pela Bolívia (que está em processo de adesão).

O coordenador nacional da Venezuela se mostrou preocupado com o fato de a legislação do bloco estar sendo desrespeitada, criando um "perigoso antecedente de intolerância política que pode causar um ferimento regional".

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