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Banco Mundial vê necessidade de coordenação global para câmbio

Pamela Cox, vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, não acredita em mudanças a curto prazo

Para Pamela Cox, pressão sobre as moedas emergentes continuará até que desequilíbrio econômico global seja resolvido (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

Para Pamela Cox, pressão sobre as moedas emergentes continuará até que desequilíbrio econômico global seja resolvido (Vittorio Zunino Celotto/Getty Images)

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Da Redação

Publicado em 22 de outubro de 2010 às 08h52.

São Paulo - A vice-presidente do Banco Mundial para a América Latina e o Caribe, Pamela Cox, afirmou nesta quinta-feira que é preciso uma coordenação global para resolver a questão do câmbio e que a pressão em moedas emergentes continuará até que o atual desequilíbrio econômico global seja resolvido.

"Há vários instrumentos que os países podem usar --alta de impostos no Brasil e elevação do juro na China são dois--, mas nós precisamos de uma solução mais coordenada globalmente", disse Cox, durante participação no chat do Trading Brazil, comunidade da Thomson Reuters para o mercado financeiro.

Ela argumentou que hoje existe um desequilíbrio, com forte expansão em países como o Brasil, enquanto nações ricas estão atrasando o crescimento.

"Este desequilíbrio está levando o Brasil e outros mercados emergentes a atraírem fluxo de capital, colocando mais pressão em suas taxas de câmbio."

Sobre a possibilidade de novas políticas de "quantitative easing" em economias desenvolvidas gerar inflação e mais dor de cabeça para moedas emergentes, Pamela Cox disse que "quando esses países reduzem os juros, o dinheiro flui para países com taxas maiores e oportunidades de investimentos --como está acontecendo agora".

E acrescentou que outras nações na América Latina também estão sentindo a pressão. "Isso é resultado do sucesso deles em sair da crise e com forte crescimento, o que também é uma coisa boa."

Questionada se o rali em moedas de emergentes e da América Latina irá continuar, ela respondeu: "no curto prazo, até nós resolvermos os desequilíbrios globais".

"Vamos ver o que sai sobre isso de Seul", disse, referindo-se à reunião dos líderes de Finanças dos países do G20, que acontece a partir de sexta-feira na Coreia do Sul.

Eleições e 2011
A executiva do Banco Mundial disse que o Brasil tem uma série de desafios no médio prazo no que diz respeito a melhorar a competitividade.

"Mais investimentos em infraestrutura são necessários, combinados com mais investimentos em pessoas --educação e conhecimento-- para garantir que estes não se transformem em gargalos maiores."

Outra área apontada por Pamela Cox é a tributação, com maior eficiência. "Enquanto muitos na América Latina têm muito pouco imposto, as taxas do Brasil são elevadas."

Ela avaliou que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez grandes progressos no investimento em pessoas e na expansão da infraestrutura. "Mas ainda há muito a ser feito, especialmente em relação às altas taxas de crescimento."

E acrescentou: "nós aguardamos que o próximo governo garanta que o Brasil mantenha estas ótimas taxas de crescimento". De acordo com Pamela Cox, o Bird prevê expansão de 7 por cento este ano para a economia brasileira.

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