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Banco do Japão injeta capital no mercado financeiro

Dinheiro será destinado a bancos das regiões mais afetadas e à garantia da liquidez do mercado

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2011 às 20h31.

Tóquio - Para apoiar a economia local, fortemente abalada, o Banco Central do Japão, Boj, anunciou neste domingo a injeção de 55 bilhões de ienes (480 milhões de euros) em 13 bancos localizados na região mais castigada pelo terremoto, que foi seguido de tsunami. Além disso, o BC do Japão também prevê para segunda-feira a aplicação "em massa" de capital nos mercados, para ajudá-los a estabilizar-se depois da catástrofe, informou a agência financeira Dow Jones Newswires.

O BoJ promete acompanhar atentamente a situação e fazer todo o possível para oferecer liquidez e garantir a estabilidade. Já o Comitê de Política Monetária do BoJ analisará em reunião nesta segunda as repercussões da tragédia na economia.

"O terremoto terá impacto considerável nas atividades econômicas de numerosos setores", advertiu neste domingo o porta-voz do governo, Yukio Edano, em entrevista à imprensa.

O sismo, de magnitude 8,9, e o maremoto que o seguiu devastaram o nordeste da costa japonesa sobre o Oceano Pacífico, com repercussões seriamente negativas no percentual de cálculo do Produto Interno Bruto (PIB, o conjunto de bens e serviços do país) da terceira economia mundial.

Numerosas atividades no litoral estão completamente paralisadas, depois que sua infraestrutura foi destruída por uma onda gigante de dez metros de altura, que praticamente engoliu a cidade de Sendai.

A região de Kanto, mais ao sul, que compreende a megalópole de Tóquio e representa 40% do PIB, também foi duramente tocada, de modo talvez tão intenso como em Iichihara, a leste da capital japonesa, onde uma refinaria de petróleo da companhia Cosmo Oil foi parcialmente queimada.


A maior parte da infraestrutura e dos prédios também foi atingida nesta zona urbana estratégica. A rede nuclear nipônica, que assegura entre 25% e 30% da produção elétrica nacional, vive a mais grave crise de sua história, desde a explosão de sábado no reator N°1 da usina de Fukushima (nordeste), em meio à violência do sismo. Uma outra explosão também ameaça o reator N°3 desta central, preveniu neste domingo o porta-voz do governo.

No total, onze dos 50 reatores nucleares do Japão, situados nas zonas mais devastadas, foram paralisados e o ministro da Indústria pede que as empresas reduzam o consumo "a um mínimo estrito", para economizar recursos. Ele explicou que o governo procederia a um racionamento de eletricidade de forma rorativa, para evitar o blecaute.

Grandes indústrias japonesas, incluindo a Toyota e a Sony, foram forçadas a suspender sua produção em algumas fábricas. A refinaria Cosmo Oil Co., em Ichihara, prefeitura de Chiba, pegou fogo, o que causou uma forte explosão logo depois de cinco tanques de armazenamento de petróleo terem explodido, informou a companhia.

Uma forte explosão atingiu um complexo petroquímico no nordeste de Sendai, algumas horas depois do terremoto.

A Toyota, a maior montadora de automóveis do mundo, informou ter suspendido sua produção em quatro fábricas operadas por subsidiárias nas prefeituras de Miyagi, Iwate e na ilha de Hokkaido, nordeste do país.

A Nissan informou ter interrompido as operações em quatro fábricas, enquanto um pequeno incêndio atingiu uma planta localizada em Fukushima e Kawachi, afetadas pelo tsunami. A montadora afirmou ainda que as operações foram canceladas em quatro fábricas e que a data de retorno ao trabalho será decidida após "um estudo de toda a situação. A Sony Corp suspendeu a produção em seis fábricas da prefeitura de Miyagi.

"Serão necessários muitos anos antes de o custo do desastre ser apagado", afirmou a consultoria britânica Capital Economics em um estudo.

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