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Ban pede um governo de unidade no Iraque para sair da crise

O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu a formação de governo de união nacional no Iraque para superar a atual crise de segurança e política

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 24 de julho de 2014 às 10h02.

Bagdá - O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta quinta-feira a formação de um "governo de união nacional" no Iraque para superar a atual crise de segurança e política em meio à ofensiva insurgente sunita.

Em entrevista coletiva em Bagdá junto ao primeiro-ministro no final do mandato, Nuri al-Maliki, Ban ressaltou que é necessário que os líderes iraquianos deixem de lado suas diferenças porque a solução para o conflito é "política, e não militar".

O principal responsável da ONU chegou hoje a Bagdá em uma visita oficial não anunciada, como parte de sua viagem por vários países do Oriente Médio e coincidindo com uma nova tentativa do parlamento iraquiano para escolher o chefe de Estado.

O executivo deve incluir todas as forças políticas iraquianas para conter a ameaça terrorista no país, segundo Ban, que pediu também a Bagdá e ao Curdistão iraquiano superarem suas diferenças por causa das intenções independentistas do segundo.

Pediu aos dirigentes iraquianos a trabalharem "mano a mano" para que o governo "represente todos os iraquianos, independentemente de sua religião ou etnia".

Sobre a sessão do parlamento, estimulou os deputados a escolher um novo chefe de Estado e se comprometer com os prazos estabelecidos na Constituição e com o processo democrático.

A coalizão de al-Maliki, Estado de Direito, venceu, mas sem maioria clara, as eleições parlamentares de abril passado, e embora o primeiro-ministro pretenda permanecer no posto, há cada vez mais vozes que pedem sua saída do poder.

Após o fracasso de ontem, o parlamento iraquiano tentará novamente hoje eleger um chefe de Estado, que por sua vez terá que designar um primeiro-ministro para formar governo.

As forças políticas curdas anunciaram hoje a candidatura do deputado e dirigente da União Patriótica do Curdistão (UPK) à presidência, já que segundo o consenso político no Iraque deve ser ocupado por um curdo.

Quanto à ofensiva insurgente, Ban manifestou "total apoio" da ONU ao governo e ao povo iraquiano para alcançar estabilidade e segurança.

Condenou "energicamente as ações do Estado Islâmico (EI) contra as minorias", que precisaram fugir de suas casas, como o caso dos cristãos da cidade de Mossul, nas mãos dos jihadistas desde 10 de junho.

Por sua vez, Maliki agradeceu o interesse da ONU e da comunidade internacional pelo que acontece no país e na região.

O primeiro-ministro insistiu que a batalha contra o terrorismo é "uma luta de todos os iraquianos".

Ontem, o enviado especial da ONU para o Iraque, Nickolay Mladenov, pediu ao Conselho de Segurança para exigir o fim das "hostilidades e atrocidades" e advertiu que o EI é "uma ameaça para a paz e a segurança do Iraque e de toda a região".

O EI declarou no final de junho um "califado islâmico" nos territórios sob seu controle na Síria e Iraque.

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