Mundo

Ban Ki-moon pede ao mundo que lute contra ataques aos gays

O secretário-geral da ONU convocou o mundo a lutar contra os ataques aos gays, em um discurso um dia antes da abertura dos Jogos de Inverno de Sochi

Ban Ki-Moon segura tocha olímpica dos Jogos de Inverno de 2014 junto ao presidente do COI, Thomas Bach: "devemos elevar nossa voz contra os ataques", disse Ban (Damien Meyer/AFP)

Ban Ki-Moon segura tocha olímpica dos Jogos de Inverno de 2014 junto ao presidente do COI, Thomas Bach: "devemos elevar nossa voz contra os ataques", disse Ban (Damien Meyer/AFP)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de fevereiro de 2014 às 08h56.

Sochi - O secretário-geral da ONU, o sul-coreano Ban Ki-moon, convocou o mundo a lutar contra os ataques aos gays, em um discurso nesta quinta-feira na sessão do Comitê Olímpico Internacional (COI), um dia antes da abertura dos Jogos de Inverno de Sochi.

"Muitos atletas profissionais gays e heterossexuais são contrários ao preconceito. Devemos elevar nossa voz contra os ataques a lésbicas, gays, bissexuais, transexuais ou intersexuais", afirmou Ban Ki-moon em plena polêmica por uma lei russa que pune com multas e prisão a "propaganda" da homossexualidade para menores de idade.

A lei, promulgada em junho do ano passado pelo presidente russo Vladimir Putin, recebeu muitas críticas, sobretudo no Ocidente.

"Devemos opor-nos às detenções, prisão e restrições discriminatórias que os gays enfrentam", completou o secretário-geral da ONU.

Putin prometeu que os Jogos de Inverno serão receptivos a todos.

Ao abordar o tema em um discurso na terça-feira em Sochi, o presidente do COI, Thomas Bach, declarou que todos devem lutar contra as discriminações com base na orientação sexual ou qualquer outro preconceito.

"Mas o esporte não deve ser uma tribuna para dissidências políticas ou para tentar marcar pontos por motivos de contestação política interna ou externa", destacou Bach.


Na quarta-feira, a ONG de defesa do movimento LGBT (lésbicass, gays, bissexuais, transexuais) All Out organizou manifestações em 19 cidades do planeta, de Nova York a Melbourne, passando por Paris e São Petersburgo na Rússia (mas não em Sochi), dirigidas aos patrocinadores das Olimpíadas para que "saiam do silêncio sobre as leis anti-gays russas".

Mais de 200 escritores, entre eles Salman Rushdie, Margaret Atwood e Jonathan Franzen, assinaram uma carta aberta publicada nesta quinta-feira no jornal britânico The Guardian para denunciar as leis russas.

Os autores acusam a Rússia de "asfixiar" a criatividade. Eles afirmam que a lei contra a "propaganda de relações sexuais não tradicionais", a recente proibição da blasfêmia, as penas maiores contra a difamação "colocam particularmente em perigo os escritores".

"Uma democracia sadia deve ouvir as vozes independentes de todos os cidadãos. A comunidade internacional precisa ouvir e ser enriquecida pela diversidade das opiniões russas", completa a carta, assinada por escritores de 30 países, incluindo quatro vencedores do Nobel de Literatura (Gunter Grass, Wole Soyinka, Elfriede Jelinek e Orhan Pamuk).

"Pedimos às autoridades russas que revoguem estas leis que amordaçam a liberdade de expressão", afirma a carta.

No texto, os autores prometem que não ficarão calados quando observam "nossos amigos escritores e jornalistas forçados aos silêncio ou expostos a processos e, às vezes, a penas drásticas pelo simples fato de compartilhar seus pensamentos".

Acompanhe tudo sobre:OlimpíadasEsportesONUPreconceitosGaysLGBTOlimpíadas de Inverno

Mais de Mundo

Partido de Honduras rejeita eleições e acusa interferência dos EUA

'Decepcionado', diz Trump sobre Zelensky por demora em analisar plano de paz

Venezuela reconhece morte de Alfredo Díaz, preso após eleições de 2024

'Tarifaço' da França? Macron alerta China sobre superávit com UE