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Ban Ki-moon e Kofi Annan discutirão crise síria

Annan, que foi nomeado enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria na semana passada, 'chega amanhã a Nova York para iniciar conversas com o secretário-geral'

Ex-secretário-geral da ONU 'trabalhará para conseguir o fim da violência e das violações dos direitos humanos (Getty Images)
DR

Da Redação

Publicado em 28 de fevereiro de 2012 às 21h39.

Nações Unidas -  O enviado especial da Organização das Nações Unidas e da Liga Árabe para a Síria, Kofi Annan, chegará nesta quarta-feira a Nova York para se reunir com o secretário-geral do organismo, Ban Ki-moon, e o Conselho de Segurança para abordar a grave crise política e humanitária no país árabe.

O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Políticos, Lynn Pascoe, comunicou nesta terça-feira ao principal órgão de segurança internacional a chegada de Annan durante a reunião mensal dedicada à situação no Oriente Médio.

Annan, que foi nomeado enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria na semana passada, 'chega amanhã a Nova York para iniciar conversas com o secretário-geral', disse Pascoe.

Ele acrescentou que o ex-secretário-geral da ONU 'trabalhará para conseguir o fim da violência e das violações dos direitos humanos, assim como para promover uma solução pacífica à crise síria'.

Além disso, Pascoe disse que Annan 'terá a oportunidade de se reunir com todos os membros do Conselho para escutar suas sugestões sobre como pôr fim à terrível situação'.

Pascoe ressaltou ao Conselho que o governo de Bashar al Assad 'fracassou de forma manifesta em sua responsabilidade de proteger seu povo' e disse que o número de mortos por causa da repressão dos protestos é de mais de 7.500.

'Embora não possamos dar um número exato de vítimas, há relatórios críveis que mostram que o número de mortos é superior a 100 civis por dia, entre eles muitas mulheres e crianças. O número total certamente é muito acima dos 7.500', afirmou.


O responsável pelos Assuntos Políticos da ONU afirmou também que 'infelizmente a comunidade internacional também fracassou em sua obrigação de parar com essa matança'.

'Pelo que se vê, as ações vistas até agora encorajaram o regime (sírio) em sua crença de que tem impunidade para destruir seus próprios civis', denunciou.

Pascoe pediu ao Governo sírio o fim imediato desses ataques, assim como o acesso internacional para levar assistência vital às vítimas.

'A mensagem às autoridades sírias é clara: a sangria tem que parar', pediu Pascoe.

Ele considerou também que 'o uso desproporcional da força e a agressão militar contra a população civil por parte das autoridades levou as forças da oposição pacíficas a recorrer à resistência armada'.

No entanto, o subsecretário-geral afirmou que 'até o momento, o poder de ataque da oposição é mínimo comparado com o armamento pesado usado pelo Exército sírio', e disse que os ataques governamentais lembram 'o massacre de Hama, realizado pelo Governo da Síria em 1982', quando o pai do atual governante era presidente.

A ONU se centra agora em conseguir o acesso de ajuda humanitária às regiões mais castigadas pela violência e a responsável por Assuntos Humanitários, Valerie Amos, está na região à espera de entrar na Síria assim que permitirem as autoridades.


Enquanto isso, alguns membros do Conselho de Segurança apostam novamente em apresentar um projeto de resolução que, além de pedir o fim da violência, contemple um cessar-fogo de caráter humanitário.

'Após a Tunísia (onde foi realizada a reunião do Grupo de Amigos da Síria), temos que explorar se existe a possibilidade de que o Conselho atue para deter a violência e garantir o acesso humanitário', disse o embaixador alemão na ONU, Peter Wittig.

O diplomata germânico afirmou que os esforços dentro do Conselho de Segurança se centram agora nesse sentido e reconheceu que se trata de 'uma tarefa difícil, mas que deve ser explorada'.

'Não podemos continuar vendo como a situação humanitária e política se deteriora na Síria. O preço que a população paga é trágico', acrescentou Wittig.

A Rússia e a China se opuseram em duas ocasiões às iniciativas apresentadas no Conselho de Segurança tanto pelos países ocidentais quanto árabes para condenar a Síria e exerceram seu poder de veto em outubro de 2011 e em 4 de fevereiro.

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O subsecretário-geral da ONU para Assuntos Políticos, Lynn Pascoe, comunicou nesta terça-feira ao principal órgão de segurança internacional a chegada de Annan durante a reunião mensal dedicada à situação no Oriente Médio.

Annan, que foi nomeado enviado especial da ONU e da Liga Árabe para a Síria na semana passada, 'chega amanhã a Nova York para iniciar conversas com o secretário-geral', disse Pascoe.

Ele acrescentou que o ex-secretário-geral da ONU 'trabalhará para conseguir o fim da violência e das violações dos direitos humanos, assim como para promover uma solução pacífica à crise síria'.

Além disso, Pascoe disse que Annan 'terá a oportunidade de se reunir com todos os membros do Conselho para escutar suas sugestões sobre como pôr fim à terrível situação'.

Pascoe ressaltou ao Conselho que o governo de Bashar al Assad 'fracassou de forma manifesta em sua responsabilidade de proteger seu povo' e disse que o número de mortos por causa da repressão dos protestos é de mais de 7.500.

'Embora não possamos dar um número exato de vítimas, há relatórios críveis que mostram que o número de mortos é superior a 100 civis por dia, entre eles muitas mulheres e crianças. O número total certamente é muito acima dos 7.500', afirmou.


O responsável pelos Assuntos Políticos da ONU afirmou também que 'infelizmente a comunidade internacional também fracassou em sua obrigação de parar com essa matança'.

'Pelo que se vê, as ações vistas até agora encorajaram o regime (sírio) em sua crença de que tem impunidade para destruir seus próprios civis', denunciou.

Pascoe pediu ao Governo sírio o fim imediato desses ataques, assim como o acesso internacional para levar assistência vital às vítimas.

'A mensagem às autoridades sírias é clara: a sangria tem que parar', pediu Pascoe.

Ele considerou também que 'o uso desproporcional da força e a agressão militar contra a população civil por parte das autoridades levou as forças da oposição pacíficas a recorrer à resistência armada'.

No entanto, o subsecretário-geral afirmou que 'até o momento, o poder de ataque da oposição é mínimo comparado com o armamento pesado usado pelo Exército sírio', e disse que os ataques governamentais lembram 'o massacre de Hama, realizado pelo Governo da Síria em 1982', quando o pai do atual governante era presidente.

A ONU se centra agora em conseguir o acesso de ajuda humanitária às regiões mais castigadas pela violência e a responsável por Assuntos Humanitários, Valerie Amos, está na região à espera de entrar na Síria assim que permitirem as autoridades.


Enquanto isso, alguns membros do Conselho de Segurança apostam novamente em apresentar um projeto de resolução que, além de pedir o fim da violência, contemple um cessar-fogo de caráter humanitário.

'Após a Tunísia (onde foi realizada a reunião do Grupo de Amigos da Síria), temos que explorar se existe a possibilidade de que o Conselho atue para deter a violência e garantir o acesso humanitário', disse o embaixador alemão na ONU, Peter Wittig.

O diplomata germânico afirmou que os esforços dentro do Conselho de Segurança se centram agora nesse sentido e reconheceu que se trata de 'uma tarefa difícil, mas que deve ser explorada'.

'Não podemos continuar vendo como a situação humanitária e política se deteriora na Síria. O preço que a população paga é trágico', acrescentou Wittig.

A Rússia e a China se opuseram em duas ocasiões às iniciativas apresentadas no Conselho de Segurança tanto pelos países ocidentais quanto árabes para condenar a Síria e exerceram seu poder de veto em outubro de 2011 e em 4 de fevereiro.

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