Ban Ki-moon: "Não é hora de brincadeira, é hora de uma transformação" (Haidar Hamdani/AFP)
Da Redação
Publicado em 9 de dezembro de 2014 às 13h54.
Lima - O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), Ban Ki-moon, demonstrou preocupação com o ritmo lento das ações para combater as mudanças climáticas e disse nesta terça-feira, em encontro em Lima, que não há "tempo para brincadeira", e pediu uma mudança urgente para economias mais verdes.
Ban disse que ainda há uma chance de se limitar o aquecimento global ao teto acordado internacionalmente de 2 graus Celsius acima do nível pré-industrial, de forma a limitar enchentes, secas, desertificação e aumento no nível do mar.
"Mas a janela de oportunidade está se fechando rapidamente", disse o secretário-geral da ONU a representantes de cerca de 190 países no encontro realizado na capital peruana com o objetivo de preparar um acordo a ser assinado em Paris, no ano que vem, para limitar as emissões de gases-estufa do mundo.
"Não é hora de brincadeira, é hora de uma transformação", disse. Apesar de sinais de progresso, Ban disse estar "profundamente preocupado que nossa ação coletiva não se equipare a nossas responsabilidade comuns".
"Precisamos agir agora", afirmou.
Ban elogiou sinais de ação, como mais negócios que favorecem mercados de carbono e um dia de marchas em setembro que, segundo ele, mobilizou centenas de milhares de pessoas nas ruas, "de Manhattan a Mumbai a Melbourne".
Ban também saudou as promessas feitas por nações desenvolvidas que totalizam quase 10 bilhões de dólares para um Fundo Climático Global, que ajudará países em desenvolvimento a cortar emissões e se adaptar a mudanças climáticas.
Ele pediu aos países que ainda não fizeram doações que "considerem assumir compromissos financeiros ambiciosos em Lima". A Austrália é o único grande país desenvolvido que ainda não contribuiu para o fundo, preferindo se concentrar em iniciativas nacionais.
Ban pediu aos países desenvolvidos que "cumpram e superem" a meta estabelecida em 2009 de mobilizar ao menos 100 bilhões de dólares por ano, em financiamento público e privado, até 2020 para ajudar países em desenvolvimento.