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Bachelet assume prometendo reformas e com altas expectativas

Michelle Bachelet assume nesta terça-feira um novo mandato no Chile, pretendendo implementar reformas que diminuam a alta desigualdade do país, com altas expectativas dos chilenos. Para esse novo mandato, de quatro anos, a líder socialista impôs metas ambiciosas: realizar 50 medidas nos 100 primeiros dias, entre elas enviar ao Congresso reformas educacional e tributária amplas. […]


	Michelle Bachelet: reforma educacional que recebe a maior expectativa de milhares de famílias e estudantes que hoje precisam pagar para estudar nas universidades chilenas (AFP/Arquivos)

Michelle Bachelet: reforma educacional que recebe a maior expectativa de milhares de famílias e estudantes que hoje precisam pagar para estudar nas universidades chilenas (AFP/Arquivos)

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Da Redação

Publicado em 10 de março de 2014 às 17h33.

Michelle Bachelet assume nesta terça-feira um novo mandato no Chile, pretendendo implementar reformas que diminuam a alta desigualdade do país, com altas expectativas dos chilenos.

Para esse novo mandato, de quatro anos, a líder socialista impôs metas ambiciosas: realizar 50 medidas nos 100 primeiros dias, entre elas enviar ao Congresso reformas educacional e tributária amplas.

Também pretende iniciar o processo de mudança da Constituição, que ainda é uma herança da ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990).

Mas é a reforma educacional que recebe a maior expectativa de milhares de famílias e estudantes que hoje precisam pagar para estudar nas universidades.

Bachelet prometeu alcançar em seis anos a gratuidade a nível universitário e acabar com o lucro em colégios que recebem subsídios estatais, onde a maioria dos chilenos estudam.

As medidas estão ligadas às manifestações que tomaram o país em 2011 pedindo educação pública, gratuita e de qualidade, em oposição ao sistema deixado por Pinochet, caro e segregado.

Presença de Maduro gera tensões

Bachelet, que já governou o Chile entre 2006 e 2010, tomará posse em uma cerimônia que contará com a presença dos presidente do Brasil, Argentina, Colômbia, México, Peru e Venezuela, entre outros, além do vice-presidente dos Estados Unidos, Joe Biden.

A presença em Santiago do presidente venezuelano, Nicolás Maduro, que enfrenta protestos da oposição, criou tensão nos últimos dias entre a ampla coalizão que vai governar o país: comunistas declaram apoio ao líder bolivariano, e democratas-cristãos pediram uma condenação a violência de seu governo.

Em Santiago, Maduro deverá se encontrar com o vice-presidente americano, Joe Biden, que acusou o governo venezuelano de "distrair seu povo" e de "inventar conspirações falsas e extravagantes sobre os Estados Unidos". Maduro considerou as declarações uma "agressão".

Bachelet já ofereceu seu apoio para buscar uma saída democrática para crise.

Altas expectativas

Pediatra, separada e mãe de três filhos, Bachelet, de 62 anos, tornou-se em 2006 na primeira mulher a ocupar a presidência do Chile. Reelegeu-se em 2013, ao derrotar a direitista Evelyn Matthei com 62% dos votos.

As altas expectativas que sua vitória gerou são, para especialistas, seu principal obstáculo.

"Todos os governos têm uma lua de mel, que dura cerca de 90 dias. Mas como Bachelet foi reeleita, a população não vai perdoar erros, devido a sua experiência", alertou à AFP Mauricio Morales, analista da Universidade Diego Portales.

O influente movimento estudantil chileno acompanha atentamente cada passo da presidente.

Já pediram a renúncia da vice-ministra de Educação, Claudia Peirano, por ela ter se manifestado contra a gratuidade universal na educação. O ministro da Educação e ex-ministro da Fazenda, Nicolás Eyzaguirre, também foi criticado.

Protestos já levaram à renúncia de três vice-ministros antes de sua posse, mostrando a pressão que o governo deve receber.

"Mas, quando foi fácil mudar o mundo?", perguntou Bachelet, no discurso em que comemorou sua vitória, assumindo a difícil tarefa que tem pela frente.

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