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Azerbaijão e separatistas anunciam cessar-fogo

O anúncio, confirmado pelas duas partes, acontece antes de uma reunião internacional em Viena para tentar acabar com o antigo conflito

Nagorno-Karabakh: os bombardeios cessaram na localidade azeri de Terter, próxima da linha de frente (Vahram Baghdasaryan / Reuters)
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Da Redação

Publicado em 5 de abril de 2016 às 12h37.

O Azerbaijão e as autoridades separatistas de Nagorno Karabakh chegaram a um acordo de cessar-fogo nesta terça-feira, após quatro dias de confrontos violentos que deixaram 64 mortos nesta zona estratégica do Cáucaso.

O anúncio, confirmado pelas duas partes, acontece antes de uma reunião internacional em Viena para tentar acabar com o antigo conflito.

"As operações militares foram detidas nesta terça-feira às 12H00 (5H00 de Brasília)", anunciou o ministério azeri da Defesa em um comunicado divulgado pouco depois de um anúncio similar por parte das autoridades de Nagorno Karabakh.

Os bombardeios cessaram na localidade azeri de Terter, próxima da linha de frente, onde durante a noite de segunda-feira foram registrados disparos de artilharia.

Ao menos 64 pessoas morreram desde a retomada dos combates na sexta-feira entre armênios e azeris, que disputam o território.

Na segunda-feira à noite, os combates prosseguiram e foram os mais intensos dos últimos 20 anos, apesar dos apelos da Rússia e dos países ocidentais aos dois lados.

O conflito, que teve origem há vários séculos, ganhou força no período soviético, quando Moscou atribuiu o território de maioria armênia à República do Azerbaijão.

Anos depois, os separatistas armênios assumiram o controle da região, após uma guerra (1988-1994) que deixou 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados, principalmente azeris.

A área do conflito é uma região do Cáucaso estratégica para o transporte de combustíveis, próxima do Irã, da Turquia e do Oriente Médio.

O ministério da Defesa do Azerbaijão anunciou a morte de 16 soldados em 48 horas, o que elevou a 64 o total de vítimas fatais dos dois lados em quatro dias, segundo um balanço da AFP.

Nesta terça-feira está prevista em Viena uma reunião do grupo de Minsk para abordar a questão dentro do marco da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).

O encontro tem o apoio da França, Estados Unidos e Rússia.

A crise foi o tema principal de uma conversa por telefone na segunda-feira entre o chanceler russo, Serguei Lavrov, e o secretário de Estado americano, John Kerrry, que examinaram a situação.

Os delegados do grupo devem viajar nos próximos dias a Yerevan, Baku e Nagorno Karabakh.

O conflito acontece no momento em que a Rússia, que tem boas relações com a Armênia, e a Turquia, tradicional aliada do Azerbaijão, atravessam uma grave crise diplomática por conta da guerra na Síria.

A Turquia, que não tem relações diplomáticas com a Armênia por divergências pelo massacre de armênios durante o Império Otomano em 1915, expressou apoio ao Azerbaijão.

O Azerbaijão, rico em petróleo e cujo orçamento de defesa em alguns anos supera o orçamento total da Armênia, ameaça com frequência retomar à força a região separatista.

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O Azerbaijão e as autoridades separatistas de Nagorno Karabakh chegaram a um acordo de cessar-fogo nesta terça-feira, após quatro dias de confrontos violentos que deixaram 64 mortos nesta zona estratégica do Cáucaso.

O anúncio, confirmado pelas duas partes, acontece antes de uma reunião internacional em Viena para tentar acabar com o antigo conflito.

"As operações militares foram detidas nesta terça-feira às 12H00 (5H00 de Brasília)", anunciou o ministério azeri da Defesa em um comunicado divulgado pouco depois de um anúncio similar por parte das autoridades de Nagorno Karabakh.

Os bombardeios cessaram na localidade azeri de Terter, próxima da linha de frente, onde durante a noite de segunda-feira foram registrados disparos de artilharia.

Ao menos 64 pessoas morreram desde a retomada dos combates na sexta-feira entre armênios e azeris, que disputam o território.

Na segunda-feira à noite, os combates prosseguiram e foram os mais intensos dos últimos 20 anos, apesar dos apelos da Rússia e dos países ocidentais aos dois lados.

O conflito, que teve origem há vários séculos, ganhou força no período soviético, quando Moscou atribuiu o território de maioria armênia à República do Azerbaijão.

Anos depois, os separatistas armênios assumiram o controle da região, após uma guerra (1988-1994) que deixou 30.000 mortos e centenas de milhares de refugiados, principalmente azeris.

A área do conflito é uma região do Cáucaso estratégica para o transporte de combustíveis, próxima do Irã, da Turquia e do Oriente Médio.

O ministério da Defesa do Azerbaijão anunciou a morte de 16 soldados em 48 horas, o que elevou a 64 o total de vítimas fatais dos dois lados em quatro dias, segundo um balanço da AFP.

Nesta terça-feira está prevista em Viena uma reunião do grupo de Minsk para abordar a questão dentro do marco da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).

O encontro tem o apoio da França, Estados Unidos e Rússia.

A crise foi o tema principal de uma conversa por telefone na segunda-feira entre o chanceler russo, Serguei Lavrov, e o secretário de Estado americano, John Kerrry, que examinaram a situação.

Os delegados do grupo devem viajar nos próximos dias a Yerevan, Baku e Nagorno Karabakh.

O conflito acontece no momento em que a Rússia, que tem boas relações com a Armênia, e a Turquia, tradicional aliada do Azerbaijão, atravessam uma grave crise diplomática por conta da guerra na Síria.

A Turquia, que não tem relações diplomáticas com a Armênia por divergências pelo massacre de armênios durante o Império Otomano em 1915, expressou apoio ao Azerbaijão.

O Azerbaijão, rico em petróleo e cujo orçamento de defesa em alguns anos supera o orçamento total da Armênia, ameaça com frequência retomar à força a região separatista.

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