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Aviões estrangeiros ajudam Israel a combater dezenas de incêndios

Há quatro dias, Israel tenta controlar os incêndios em seu território, que se espalharam devido a uma grande seca e aos fortes ventos

Israel: Rússia, França, Turquia e vários países mediterrâneos (Itália, Grécia, Croácia e Chipre) prometeram enviar aviões para ajudar (Ammar Awad/Reuters)

Israel: Rússia, França, Turquia e vários países mediterrâneos (Itália, Grécia, Croácia e Chipre) prometeram enviar aviões para ajudar (Ammar Awad/Reuters)

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AFP

Publicado em 25 de novembro de 2016 às 16h37.

Última atualização em 25 de novembro de 2016 às 16h38.

Aviões estrangeiros começaram nesta sexta-feira a ajudar Israel a combater uma série de incêndios que causaram a evacuação de milhares de pessoas e voltaram a alimentar os receios entre parte da opinião israelense e da comunidade árabe.

Há quatro dias, Israel combate dezenas de incêndios em seu território, que se espalharam devido a uma grande seca e aos fortes ventos.

Rússia, França, Turquia e vários países mediterrâneos (Itália, Grécia, Croácia e Chipre) prometeram enviar aviões para ajudar a combater os incêndios.

Os palestinos também participaram, ao lado das equipes israelenses, dos trabalhos de extinção das chamas na noite de quinta-feira, enviando 41 bombeiros e oito caminhões a Haifa (norte) e Beit Meir (centro).

Os incêndios continuaram durante a noite, obrigando os socorristas a evacuarem centenas de habitantes de Beit Meir, um povoado próximo a Jerusalém, mas nesta sexta-feira pareciam perder força, apesar dos ventos persistentes.

Muitos habitantes de Haifa passaram a noite longe de suas casas, após a evacuação na quinta-feira de ao menos 60.000 pessoas ante o avanço das chamas, que incendiavam edifícios e ameaçavam bairros inteiros.

Mobilização internacional

Segundo um porta-voz da polícia, Micky Rosenfeld, nesta sexta-feira a situação estava "sob controle" em Haifa, onde centenas de policiais e socorristas continuavam mobilizados nas ruas dos bairros mais afetados.

Parte dos aviões estrangeiros começaram a intervir nesta sexta-feira, indicou o porta-voz de Relações Exteriores, Emmanuel Nahshon.

"Estamos muito gratos à comunidade internacional. Sua mobilização demonstra que, em caso de crise, podemos contar com numerosos amigos", declarou à AFP.

Após quatro dias lutando contra as chamas, a capacidade de resposta israelense atingiu seus limites, gerando dúvidas sobre as lições que o país tirou de um dos maiores desastres da sua história, um incêndio que deixou 44 mortos em Haifa em 2010.

A onda de incêndios, dezenas por dia em todo o território, também despertou receios entre parte da população árabe e das comunidades árabes e palestinas.

Os árabes israelenses, que representam 17,5% da população de Israel, muitas vezes se consideram palestinos e apoiam a causa destes no conflito contra os israelenses.

As declarações de várias autoridades israelenses sobre os incêndios foram interpretadas por muitos como uma acusação aos árabes israelenses ou aos palestinos.

O ministro de Segurança Pública, Gilad Erdan, indicou que parte dos incêndios se tratava de atos criminosos motivados pelo conflito.

Um peso pesado do Governo, o nacionalista religioso Naftali Bennett, assegurou que os incêndios não podiam ter sido provocados por judeus, e outras autoridades falaram de terrorismo, sem mencionar os árabes e os palestinos de forma explícita.

Os meios israelenses insinuaram uma possível "intifada do fogo", em referência às insurreições populares palestinas que começaram na década de 1980.

Os líderes da comunidade árabe se indignaram ante tais suspeitas, e lembraram que os árabes israelenses também sofriam as consequências das chamas.

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