O governo chinês quer o fim dos protestos em Wukan (AFP)
Da Redação
Publicado em 16 de dezembro de 2011 às 12h02.
Wukan, China - As autoridades da cidade de Wukan, na província chinesa de Guandong, exigiram nesta sexta-feira que os líderes do movimento contra desapropriações de terras se rendam, acusando-os de terem cometido um "crime".
Milhares de pessoas protestam desde o início da semana em Wukan, localidade de 13 mil habitantes, para protestar contra desapropriações de terras que consideram ilegais.
Os manifestantes também querem recuperar o corpo de um de seus líderes, Xue Jinbo, morto quando se encontrava detido, que as autoridades se negam a entregar.
Os habitantes de Wukan preveem organizar nesta sexta-feira uma cerimônia fúnebre em homenagem a Xue Jinbo.
Há uma semana, as forças de segurança bloqueiam Wukan, impedindo a livre circulação de seus habitantes, o que começa a trazer problemas de abastecimento de alimentos.
O "governo está determinado a reprimir os que cometeram o crime de incitar os habitantes a fomentar distúrbios, destruir bens públicos e perturbar o funcionamento da administração", declarou o prefeito de Shanwei, Wu Zili, citado pela agência semioficial Notícias da China.
"Caso se rendam honestamente, o governo se mostrará clemente", acrescentou Wu.
Os moradores de Wukan acusam a polícia de ter matado por espancamento Xue, que em setembro liderou as primeiras manifestações contra as desapropriações que deram lugar a violentos confrontos.
Já a polícia afirma que Xue, de 42 anos, morreu devido a um problema cardíaco.