Cartaz do presidente Viktor Yanukovich em meio ao fogo em Lviv, na Ucrânia: confrontos deixaram mais de 20 mortos (Marian Striltsiv/Reuters)
Da Redação
Publicado em 19 de fevereiro de 2014 às 14h25.
Kiev - As forças de segurança da Ucrânia anunciaram nesta quarta-feira uma operação antiterrorista em todo o território nacional após a eclosão ontem dos violentos distúrbios em Kiev, que deixaram mais de 20 mortos.
"Já informei o presidente sobre a decisão de lançar uma operação antiterrorista", afirmou Aleksandr Yakimenko, chefe do Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU).
Yakimenko justificou a decisão pela "escalada do confronto violento e o emprego em massa de armas de fogo por parte de grupos extremistas".
"Em muitas regiões do país (os extremistas) tomam sedes dos edifícios governamentais, delegacias de polícia, escritórios dos serviços de segurança, procuradorias, unidades militares e arsenais", argumentou.
Além disso, disse que "os tribunais de Justiça ardem e os vândalos destroem propriedades privadas e matam cidadãos pacíficos".
Segundo seus números, nas últimas 24 horas mais de 1.500 armas de fogo e cerca de 100 mil balas caíram em mãos de criminosos.
O presidente da Ucrânia, Viktor Yanukovich, advertiu hoje que os líderes da oposição responderão na justiça por convocar manifestantes a se armarem e enfrentarem as forças da ordem.
"Cruzaram os limites quando convocaram o povo às armas. Isso é uma clamorosa violação da lei. E os criminosos devem comparecer perante a Justiça, que determinará seu castigo", disse o líder ucraniano depois de se reunir na madrugada com os líderes da oposição parlamentar.
Enquanto em Kiev a polícia cercava a Praça da Independência (Maidan), várias cidades no oeste da Ucrânia, tradicional bastião da oposição, foram cenário nesta madrugada de uma onda de ataques e manifestações.