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Autor de massacre em Oslo faz saudação nazista em julgamento

Breivik já tinha realizado uma saudação similar várias vezes durante o processo contra ele em 2012, em que foi condenado a 21 anos de prisão


	Breivik: Breivik detonou uma bomba no complexo governamental de Oslo em 22 de julho de 2011, causando a morte de oito pessoas
 (Lise Aserud / Reuters)

Breivik: Breivik detonou uma bomba no complexo governamental de Oslo em 22 de julho de 2011, causando a morte de oito pessoas (Lise Aserud / Reuters)

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Da Redação

Publicado em 15 de março de 2016 às 08h41.

Copenhague - O ultradireitista Anders Behring Breivik, autor do massacre de julho do 2011 na Noruega, fez uma saudação nazista antes do início, nesta terça-feira, do processo civil contra o Estado, a quem acusa de tratamento desumano pelo regime carcerário a que está submetido.

Breivik já tinha realizado uma saudação similar várias vezes durante o processo contra ele em 2012, em que foi condenado a 21 anos de prisão prorrogáveis de forma indefinida, pena máxima e que pode equivaler à prisão perpétua na Noruega, ao ser considerado penalmente responsável pelos atentados e pela desqualificação do argumento da defesa de que ele seria doente mental.

O extremista norueguês, que estava hoje com a cabeça rapada, argumenta que o isolamento e o controle das comunicações a que está submetido viola dois artigos do Convenção Europeia de Direitos Humanos relacionados com a proibição do tratamento desumano e o respeito à privacidade.

A denúncia, apresentada em julho, faz referência à sua estadia na penitenciária de Ila, a oeste de Oslo, onde esteve preso nos primeiros dois anos, como na de Skien, ao sul da capital, para onde foi transferido no outono de 2013.

A procuradoria do Estado nega a acusação e ressalta que possui três quartos, pode sair ao pátio uma vez ao dia e conta com um computador, sem internet, televisão e PlayStation.

O controle das comunicações se justifica pela gravidade da pena e por ter tentado contactar outros extremistas, argumentou a procuradoria, que ressaltou que o regime foi relaxado várias vezes após as críticas da defensoria pública, e que ele tem acesso à cozinha e pode se relacionar com os guardas da prisão.

O processo, que durará quatro dias, acontece no ginásio da penitenciária de Skien por razões práticas e de segurança, sob certas restrições que afetam os testemunhos - o de Breivik incluído, que não será retransmitido - e outros aspectos, como as inspeções das dependências carcerárias.

A audiência de hoje estará dedicada às exposições do representante legal de Breivik e do promotor do Estado.

O tribunal advertiu que quando o ultradireitista depôr amanhã, para o que terá três horas, não serão permitidos comentários que possam ser ofensivos ou aproveitar para enviar mensagens ideológicas.

Breivik detonou uma bomba no complexo governamental de Oslo em 22 de julho de 2011, causando a morte de oito pessoas.

Logo depois ele foi de carro à ilha de Utoeya, a oeste da capital, onde cometeu um massacre em um acampamento das Juventudes Trabalhistas, em que morreram 69 pessoas.

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