Acompanhe:

Áustria proíbe uso de véu islâmico em escolas para meninas de 6 a 10 anos

No entanto, a kipá usada por judeus e o patka usado por jovens do sikhismo estão isentos da proibição

Modo escuro

Continua após a publicidade
A associação islâmica da Áustria considerou a legislação discriminatória (Znapshot.Photography/Getty Images)

A associação islâmica da Áustria considerou a legislação discriminatória (Znapshot.Photography/Getty Images)

E
EFE

Publicado em 16 de maio de 2019 às, 11h53.

Viena — O Parlamento da Áustria aprovou ontem à noite uma lei que proíbe meninas muçulmanas com idades entre seis e dez anos de usar o véu nas escolas, e nesta quinta-feira a principal associação islâmica do país anunciou que tentará reverter a legislação que considera "discriminatória".

O projeto de lei foi aprovado no final do dia de ontem com a maioria dos governantes dos partidos ÖVP (conservador) e FPÖ (extrema direita), enquanto a oposição votou contra, informou a rede de TV pública "ORF" hoje.

Desde novembro do ano passado, meninas menores de seis anos já estavam proibidas de usar o véu nas creches austríacas.

A legislação austríaca veta "o uso de indumentária ideológica ou religiosa que ajude a cobrir a cabeça", embora estabeleça exceções por razões médicas ou climáticas.

A kipá - dos judeus - e o patka - usado por jovens que professam o sikhismo - no entanto, estão isentos da proibição porque não cobrem "todo o cabelo ou a maior parte".

O texto evita definir que o véu islâmico é proibido para impedir que o Tribunal Constitucional considere a lei discriminatória, por se dirigir aos fiéis de um único credo.

Em todo caso, o governo de direita, liderado pelo chanceler Sebastian Kurz, já reconheceu várias vezes que seu objetivo é evitar o uso dessa peça por meninas muçulmanas.

A Comunidade Islâmica de Crentes da Áustria (IGGÖ), a maior associação muçulmana do país, criticou a legislação como "destrutiva" e "desintegradora" e lembrou que a medida foi aprovada justamente durante o mês sagrado do Ramadã.

O presidente da IGGÖ, Ümit Vural, advogado de profissão, afirmou que esgotará "todas as vias legais" para reverter uma legislação que considerou "discriminatória" e que atenta contra a liberdade religiosa.

No Parlamento, o deputado conservador Rudolf Taschner definiu o véu como um "símbolo de opressão" e argumentou que a lei buscava libertá-las da submissão.

O porta-voz de Educação do FPÖ, Wendelin Mölzer, se posicionou da mesma forma, dizendo que é um sinal contra o Islã político e que proibir o uso faria com que as meninas muçulmanas se integrassem à sociedade.

A ex-ministra de Educação Sonja Hammerschmid, disse, por sua vez, que este governo só se interessa em "criar manchetes" e não propor políticas efetivas de integração.

O governo anterior, formado por sociais democratas e conservadores, já tinha proibido em 2017 o véu integral em espaços públicos, limitado o uso de símbolos religiosos entre funcionários públicos para garantir a neutralidade do Estado e vetado certas campanhas de proselitismo salafista (muçulmanos ultraconservadores).

O governo de Kurz começou em dezembro de 2017 com uma dura retórica contra a imigração muçulmana e contra a criação "de sociedades paralelas" por parte dessa comunidade.

Últimas Notícias

Ver mais
Conservadores vencem sem surpresas legislativas marcadas por abstenção no Irã
Mundo

Conservadores vencem sem surpresas legislativas marcadas por abstenção no Irã

Há 2 semanas

Desemprego zero é possível? Cidade na Áustria tenta provar que sim
Mundo

Desemprego zero é possível? Cidade na Áustria tenta provar que sim

Há 8 meses

Milhões de fiéis iniciam peregrinação em Meca, sob o calor da Arábia Saudita
Mundo

Milhões de fiéis iniciam peregrinação em Meca, sob o calor da Arábia Saudita

Há 9 meses

Atentado em centro islâmico de Lisboa deixa dois mortos
Mundo

Atentado em centro islâmico de Lisboa deixa dois mortos

Há um ano

Continua após a publicidade
icon

Branded contents

Ver mais

Conteúdos de marca produzidos pelo time de EXAME Solutions

Exame.com

Acompanhe as últimas notícias e atualizações, aqui na Exame.

Leia mais